Eleições para o Parlamento Europeu podem definir futuro das políticas climáticas da UE

UE contribuição perdas e danos
Alexandre Lallemand/Unsplash

As pesquisas apontam para um avanço de partidos populistas e de direita, o que dificultaria a aprovação de novas metas e políticas climáticas pela UE.

Os europeus se preparam para ir às urnas em junho para mais uma eleição ao Parlamento Europeu, mas essa votação pode ser mais decisiva do que as anteriores. Isso porque o resultado dela pode definir o fôlego da União Europeia para políticas e ações climáticas mais ambiciosas até o final desta década.

As pesquisas de intenção de voto não mostram um cenário promissor. Um levantamento feito pelo Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR) mostrou que partidos de extrema-direita organizados em torno da aliança Identidade e Democracia podem ganhar mais assentos na nova legislatura europeia, a ponto de se tornar o 3º maior grupo no Parlamento. Ao mesmo tempo, o bloco de direita Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) também deve obter mais cadeiras nesta votação.

Já os partidos progressistas e pró-integração ainda têm espaço para garantir a maioria dos assentos do Parlamento Europeu. No entanto, o avanço das forças conservadoras e nacionalistas pode representar uma barreira para a aprovação de metas climáticas mais ambiciosas para a UE.

“A mudança significativa para a direita no novo parlamento significará que uma coligação de ‘ação política anticlimática’ provavelmente dominará. Isso prejudicará significativamente a implementação do Acordo Verde da UE e a aplicação de políticas comuns para o cumprimento das metas net-zero do bloco”, alertou o ECFR. Guardian, POLITICO e Reuters destacaram outros pontos da pesquisa.

A Folha também destacou como a popularidade recente de partidos de extrema-direita ameaça as políticas climáticas na UE e em vários países europeus. Mesmo com posicionamentos por vezes negacionistas que contrariam a maior parte dos eleitores europeus, esses partidos estão ganhando terreno questionando os custos da ação climática, em especial da transição energética, em um contexto de aperto econômico.

 

ClimaInfo, 25 de janeiro de 2024.

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