A montadora alemã ampliou seu plano de investimentos no Brasil e deve iniciar a fabricação dos seus dois primeiros veículos híbridos no país até 2028.
Com pompa e circunstância, a Volkswagen do Brasil anunciou na última 5ª feira (1º/2) a ampliação de seu plano de investimentos para o país, que saltou de R$ 7 bilhões iniciais para R$ 16 bilhões. O aporte adicional também envolverá a renovação do portfólio de veículos fabricados nas quatro plantas brasileiras da montadora, inclusive com a chegada dos dois primeiros modelos híbridos da marca no país.
O anúncio foi feito durante evento em São Paulo com a participação do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin. O chefe do Executivo celebrou a chegada de novos investimentos na indústria automobilística.
“O setor automotivo do país está anunciando R$ 41 bilhões [montante que também inclui aportes recentemente anunciados pela Nissan-Renault e as chinesas Great Wall e BYD] porque as pessoas voltaram a acreditar no país, o país voltou a ter contato com o mundo exterior”, disse Lula.
De acordo com a Volkswagen, os investimentos acontecerão em duas etapas. Na primeira, a montadora alemã pretende desenvolver e produzir quatro modelos inéditos no país, além de instalar uma unidade para o desenvolvimento de motores para veículos híbridos. Posteriormente, a empresa trará a linha de montagem de novos modelos híbridos, com a possibilidade (ainda não detalhada) de que veículos 100% elétricos também sejam fabricados no Brasil.
Além da inovação tecnológica no portfólio de carros fabricados, a VW também anunciou que pretende adaptar suas plantas de São Bernardo do Campo e de Taubaté para utilizar biometano para abastecer parte de suas operações fabris. Segundo Ciro Possobom, presidente da montadora no Brasil, a demanda está estimada em mais de 50 mil m3 diários de biogás, fornecidos pela Raízen.
Como a Folha destacou, o foco na eficiência energética garantirá à VW bonificações sobre o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que fazem parte do programa Mover (Mobilidade Verde), lançado recentemente pelo governo federal.
Os novos investimentos da Volkswagen no Brasil tiveram grande destaque na imprensa, com manchetes em veículos como CNN Brasil, Estadão, g1, O Globo, Poder360, UOL e Valor, entre outros.
Em tempo: Um levantamento feito pela Carbon Tracker e Nomisma e divulgado pelo Guardian mostrou que alguns dos maiores fabricantes de automóveis do mundo ainda estão subnotificando “grosseiramente” as emissões de gases de efeito estufa associadas às suas operações. A diferença entre as emissões relatadas e aquelas estimadas pelos pesquisadores é de, em média, 27% para cima. O resultado é ruim, mas indica uma melhora em relação uma análise do ano passado que apontava para uma diferença ainda maior, de 46%. As montadoras com os dados mais discrepantes foram a japonesa Honda e a sul-coreana Hyundai.
ClimaInfo, 5 de fevereiro de 2024.
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