Uma em cinco espécies migratórias corre risco de extinção, alerta relatório da ONU

14 de fevereiro de 2024
espécies migratórias extinção
Olga ga / Unsplash

Destruição de habitats, poluição, pesca excessiva, comércio ilegal e mudanças climáticas estão diminuindo populações, afirma 1º relatório da ONU sobre espécies migratórias de animais selvagens.

Mais de uma em cada cinco das 1.189 espécies listadas na Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Selvagens (CMS, sigla em inglês), da ONU, estão ameaçadas de extinção – mais precisamente, 22% delas. Quando se trata dos peixes o percentual é muito mais dramático, com 97% das espécies da CMS correndo o risco de desaparecer. E embora a situação de algumas espécies migratórias listadas esteja melhorando, quase metade delas (44%) apresenta declínios populacionais.

Os dados são do relatório State of the World’s Migratory Species, o 1º documento com foco nas espécies migratórias de animais selvagens lançado pela ONU. O relatório foi divulgado na 2ª feira (12/2) numa conferência da CMS na cidade de Samarcanda, no Uzbequistão.

Os gorilas e quase metade de todas as tartarugas abrangidas pela CMS, também conhecida como Convenção de Bonn, correm o risco de desaparecer. Já as espécies com declínio populacional incluem os maçaricos-de-cauda-barra, que voam mais de 13.000 km sem escalas entre o Alasca e a Austrália; o morcego frugívoro cor de palha , que realiza a maior migração de mamíferos em toda a África; e a enguia europeia, detalha o Guardian.

O relatório da ONU mostra que uma parte significativa da ameaça a essas espécies é resultado das mudanças climáticas e da poluição ambiental, informa a Folha. E como destaca a diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen, as práticas humanas não sustentáveis também estão colocando em risco o futuro dessas espécies.

“Estamos avançando descontroladamente para o sexto evento de extinção em massa da história. A natureza está numa crise profunda e sistêmica. Poluição ambiental, destruição do habitat, pesca excessiva e comércio ilegal de animais selvagens são apenas alguns dos impulsionadores da extinção de espécies”, afirma o diretor de conservação de espécies do WWF da Alemanha, Arnulf Köhncke.

“A isso se somam os impactos da crise climática global, que acelera a perda de biodiversidade. Nós, seres humanos, somos responsáveis e vítimas ao mesmo tempo: a extinção global de espécies é resultado de ações humanas e, ao mesmo tempo, retira a base da nossa existência”, reforça Köhncke.

O novo relatório da ONU sobre espécies migratórias também foi destacado por Estadão, Bloomberg, CNN, AP, Reuters, BBC, CBS e France24.

 

ClimaInfo, 15  de fevereiro de 2024.

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