Janeiro de 2024 é o mais quente registrado até hoje

Janeiro mais quente
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Com uma média de 1,66ºC acima dos níveis pré-industriais, primeiro mês deste ano seguiu trajetória de alta de 2023; eventos extremos se espalham pelo globo. 

O ano de 2024 começou como 2023 terminou: com as temperaturas mais altas já registradas pela ciência desde a Revolução Industrial. De acordo com o observatório Copernicus, da União Europeia, o primeiro mês deste ano fechou como o janeiro mais quente da história, com a temperatura média global 1,66ºC acima dos níveis pré-industriais. Foi o oitavo mês consecutivo com temperaturas mensais recordes.

A temperatura média global dos últimos 12 meses (fevereiro de 2023 a janeiro de 2024) é a mais alta já registrada, 1,52ºC acima da média pré-industrial. Ao mesmo tempo, a anomalia da temperatura global no último mês foi inferior às dos últimos seis meses de 2023, mas superior a qualquer outra antes de julho de 2023.

A análise do Copernicus destacou a variação grande de temperatura no continente europeu, com os países nórdicos experimentando um frio muito intenso e a região do Mediterrâneo mais quente do que o normal. Fora da Europa, as temperaturas também foram mais altas na porção leste do Canadá, no noroeste da África, no Oriente Médio e na Ásia Central.

Em parte, o calor é decorrente dos efeitos do fenômeno El Niño, que provoca alterações nos padrões climáticos em diversas partes do globo. No entanto, as mudanças climáticas causadas pela concentração crescente de gases de efeito estufa potencializa as distorções do clima, o que explica os inúmeros eventos extremos experimentados em todo o mundo nos últimos meses. 

Ainda que o El Niño tenha começado a perder força na porção equatorial do Oceano Pacífico, as temperaturas oceânicas seguem elevadas, com a média global da superfície do mar atingindo o recorde de 20,97ºC para o mês de janeiro, 0,26ºC acima do recorde anterior.

“2024 começa com outro mês recorde – não só é o janeiro mais quente de que há registro, mas também acabamos de viver um período de 12 meses de mais de 1,5ºC acima do período de referência pré-industrial”, comentou Samantha Burgess, diretora adjunta do serviço climático do observatório Copernicus. “Reduções rápidas nas emissões de gases de efeito estufa são a única forma de travar o aumento da temperatura global.”

Os dados do Copernicus para janeiro tiveram grande repercussão na imprensa global, com destaques na AFP, Associated Press, Bloomberg, Guardian, NY Times e Reuters. No Brasil, a notícia saiu no Estadão, Folha, g1, Metrópoles, SBT e Valor, entre outros.

 

ClimaInfo, 9 de fevereiro de 2024.

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