Estudo aponta conexão entre poluição do ar e doença de Alzheimer

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Descobertas somam-se aos danos já conhecidos que são causados pela poluição atmosférica oriunda sobretudo da queima de combustíveis fósseis, desde alterações climáticas a doenças respiratórias.

A queima de combustíveis fósseis é a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa e a maior responsável pela poluição atmosférica. Além das mudanças climáticas, o ar poluído é o causador e/ou agravador de várias doenças cardiorrespiratórias. Os males da poluição, porém, podem ser bem mais graves do que se sabe até o momento.

Pessoas que inalam concentrações mais elevadas de pequenas partículas transportadas pelo ar, como as provenientes dos gases de escape dos motores diesel ou de outros poluentes atmosféricos relacionados com o trânsito, têm maior probabilidade de ter sinais da doença de Alzheimer nos seus cérebros, de acordo com um novo estudo publicado na Neurology. É a pesquisa mais recente num conjunto crescente de levantamentos que mostra uma ligação entre a poluição do ar e o declínio cognitivo, explica o Washington Post.

Os pesquisadores da Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, decidiram investigar especificamente os efeitos no cérebro das pessoas da exposição ao tipo de material particulado fino conhecido como PM2.5, detalha o Guardian. E descobriu que pessoas mais expostas a essas partículas finas eram mais propensas a ter grandes quantidades de placas amilóides em seus cérebros, associadas à doença de Alzheimer. Embora a relação direta ainda não possa ser comprovada, a pesquisa demonstra uma associação.

“Isso sugere que fatores ambientais como a poluição do ar podem contribuir para a doença de Alzheimer, especialmente em pacientes nos quais a doença não pode ser explicada pela genética”, disse Anke Huels, principal autora do estudo e professora assistente da Escola de Saúde Pública da Universidade Emory.

Quanto às doenças já associadas à poluição atmosférica, o Guardian destaca que os níveis “seguros” de qualidade do ar nos EUA, Reino Unido e UE ainda são prejudiciais à saúde, segundo outro estudo, publicado no BMJ. Mesmo uma pequena quantidade de exposição a minúsculas partículas de fuligem aumenta o risco de doenças cardiovasculares, dizem os pesquisadores.

Enquanto isso, o Parlamento Europeu e os países membros da UE chegaram a um acordo para fortalecer os padrões de qualidade do ar nos 27 países do bloco, informa a Reuters. As novas regras estabelecem padrões para 2030 com limites de poluentes e valores-alvo mais próximos das diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, as metas ainda permitem o dobro da poluição que os níveis de orientação da entidade, detalha o Guardian.

 

ClimaInfo, 27 de fevereiro de 2024.

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