Governo paraense detalha obras para receber a COP30 em 2025

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Carol Menezes / SECOM

A capital do Pará quer aproveitar a realização da COP30 para finalmente enfrentar desafios urbanos históricos, como a falta de saneamento básico e transporte público.

A vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, apresentou na última 4ª feira (28/2) um balanço das ações do governo estadual para receber a 30ª Conferência da ONU sobre o Clima (COP30), programada para o final de 2025 em Belém. As obras tentam assegurar não apenas as condições para a realização do evento na capital paraense, mas também gerar um legado de benefícios à população local.

Segundo o governo do Pará, as obras projetadas para a realização da COP30, nas áreas de mobilidade urbana, conectividade, saneamento, sinalização turística, além de melhorias tecnológicas nos equipamentos públicos de Belém, estão 25% concluídas. Outro foco é a macrodrenagem, para acabar com os pontos de alagamento na capital do estado.

“Estamos com a vinda desse grande evento atraindo investimentos tão importantes para o nosso Estado, para a nossa capital e que irão gerar empregos diretos e benefícios para cerca de 900 mil belenenses”, disse Ghassan em coletiva de imprensa. O Liberal deu mais detalhes.

O plano de obras para Belém é uma resposta do governo paraense aos questionamentos sobre a preparação da cidade para recepcionar uma conferência global com público esperado de cerca de 40 mil pessoas em plena Amazônia.

Como o professor Mário César Carvalho, da Universidade da Amazônia, observou ao jornal O Globo, a COP30 será um segundo Círio de Nazaré acontecendo na cidade no mesmo ano. “A diferença é que o fluxo do Círio é de seis dias, e o da COP30 talvez seja de 20 a 25 dias”, disse.

Além do setor hoteleiro, que se desdobra para aumentar a disponibilidade de leitos, as companhias aéreas também planejam ampliar as operações em Belém nos próximos meses, de forma a facilitar o transporte dos visitantes à capital paraense durante a COP30 no final de 2025.

Outro desafio é o saneamento básico, um problema crônico de Belém. Segundo a Folha, a cidade ocupa a 10ª posição entre as capitais com maiores percentuais de população vivendo sob esgotamento sanitário inadequado, com cerca de 213,3 mil habitantes nessa condição. O volume extra de pessoas que circulará durante COP30 pressionará ainda mais essa infraestrutura.

Segundo o Valor, o Pará receberá mais de R$ 40 bilhões em investimentos na esteira da COP30, a maior parte para obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), mas também empréstimos do BNDES e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para projetos que pretendem deixar um legado social e ambiental para a população.

Em tempo: A COP30 de Belém pode ser a última oportunidade para viabilizarmos uma transição verde já nesta década, em linha com o que a ciência recomenda para evitar um aquecimento maior do planeta. Essa é a análise do executivo holandês Paul Polman, ex-CEO da Unilever e uma das principais vozes nas discussões internacionais sobre sustentabilidade empresarial. Em entrevista ao Valor, Polman destacou a posição única do Brasil para conseguir deslanchar essa transformação.

“A COP30 é provavelmente nossa última oportunidade. É por isso que é tão importante que o Brasil comece agora sua transformação ecológica, para mostrar que é possível”, disse. “O Brasil tem também, provavelmente, o mais elevado nível de credibilidade junto aos países do Sul, da Europa e dos EUA”.

 

 

ClimaInfo, 1 de março de 2024.

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