Banco Mundial vai triplicar fundos de garantias para investimentos em renováveis

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World Economic Forum / Flickr

Cerca de 45% dos financiamentos do Banco Mundial estarão voltados para ações climáticas até o final desta década, prometeu o presidente da instituição, Ajay Banga.

Sob pressão dos governos dos países desenvolvidos e em desenvolvimento por mais proatividade no combate à mudança do clima, o Banco Mundial sinalizou que pretende triplicar seu volume de financiamento para projetos de mitigação e adaptação climática até 2030.

De acordo com o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, a instituição quer direcionar pelo menos 45% de seus financiamentos para iniciativas climáticas até o final desta década. Isso será feito a partir da consolidação de sua estrutura de garantias de empréstimos e financiamentos, o que permitirá triplicar o volume de recursos destinados à transição verde para US$ 20 bilhões anuais aos países em desenvolvimento.

Como a Reuters explicou, a expansão das garantias – que incluem seguros para riscos de crédito, riscos políticos, quebra de contrato, restrições monetários e outros impedimentos ao investimento privado – possibilitará a ampliação do seu balanço patrimonial, alavancando seus empréstimos em mais de US$ 150 bilhões em 10 anos.

O Banco Mundial quer direcionar recursos para mitigação e adaptação. “Ambos representam despesas com desenvolvimento. Mas geralmente as pessoas não entendem a importância de sermos igualmente conscientes sobre mitigação e adaptação. Então, o Banco Mundial vê as duas coisas como importante”, destacou Banga, que participou da reunião de ministros de finanças do G20 em São Paulo nesta semana.

Já o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o brasileiro Ilan Goldfajn, ressaltou a necessidade de escalar os investimentos e atrair o setor privado no financiamento climático, especialmente nos países da América Latina e do Caribe.

Segundo o ex-chefe do Banco Central na gestão de Michel Temer, as necessidades de investimentos climáticos só na América Latina estão estimadas em US$ 1,3 trilhão por ano, o que equivale a 12% do PIB anual da região. Hoje, somando todos os tipos de financiamentos voltados aos países latino-americanos, essa conta cobre apenas 3%, 1/4 do necessário.

“Com os desafios que enfrentamos com as mudanças climáticas, quanto mais eu vejo, mais me convenço de que precisamos fazer a diferença”, disse Goldfajn, citado pelo Estadão. “Precisamos escalar, trazer o setor privado com a gente. Precisamos inovar”.

As falas dos chefes do Banco Mundial e do BID foram destacadas pela Agência Brasil, Agência Estado e Folha, entre outros.

 

 

ClimaInfo, 1 de março de 2024.

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