Com apoio de militares, governo prepara nova fase de operações contra garimpo na Terra Yanomami

operações garimpo Terra Yanomami
Condisi-YY/Divulgação

O governo federal priorizará a retirada dos invasores da Terra Yanomami, com apoio de 800 militares e novas ações para “estrangular” logística ilegal do garimpo. 

Depois de priorizar o enfrentamento à crise humanitária na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, com a entrega de cestas básicas e medicamentos contra malária, o governo federal prepara os últimos detalhes de uma nova fase de operações no território, com foco na retirada dos garimpeiros que persistem na região.

Na nova fase da Operação Catrimani, que segue até 31 de dezembro, o governo prevê a mobilização de 800 militares para ajudar na expulsão dos invasores. De acordo com O Globo, as Forças Armadas reforçarão a segurança na fronteira com a Venezuela, onde a logística do garimpo se instalou depois da chegada das forças federais, no começo do ano passado.

As novas ações visam retomar o controle do território por parte do governo federal. No ano passado, as primeiras operações de fiscalização conseguiram retirar a maior parte dos invasores, mas o enfraquecimento dessas ações, precipitado principalmente pela falta de cooperação dos militares, abriu brechas para o retorno de alguns garimpeiros.

“É uma situação de muitos anos, e um ano não foi suficiente para resolver. Tem a complexidade da dimensão do território, da estrutura insuficiente de aeronaves, da falta de pistas de pouso”, comentou a ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas). “Em alguns casos, precisávamos de forças de segurança. Não demos conta daquela dimensão toda”.

Na primeira fase da Operação Catrimani, que ocorreu de janeiro até o final de março, as Forças Armadas facilitaram a distribuição de mais de 36 mil cestas básicas às comunidades Yanomami, além da realização de mais de 3 mil atendimentos médicos e 205 evacuações aeromédicas. As ações foram articuladas junto com a Casa de Governo, órgão criado em fevereiro que passará a encabeçar as ações do governo federal para proteção do território Yanomami.

Agência Brasil, Folha de Boa Vista, Metrópoles e Valor, entre outros, repercutiram a notícia.

Em tempo: O presidente Lula deu um recado singelo ao bilionário (e cheerleader da extrema-direita) Elon Musk. Sem citar a celeuma criada pelo sujeito em torno das ações do Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a promoção de fake news nas redes sociais, o presidente recomendou ao endinheirado que ele gaste sua grana em coisas mais úteis para o futuro da vida humana na Terra, como o combate ao desmatamento e à crise climática.

“Hoje temos gente que não acredita que o desmatamento, as queimadas, prejudicam o planeta Terra, e muita gente não leva a sério o que significa a manutenção das florestas, da vida no planeta e que não tem para onde fugir. Tem até bilionário tentando fazer foguete, viagem, para ver se encontra lugar lá fora. Ele vai ter que aprender a viver aqui, utilizar o muito do dinheiro que ele tem para ajudar a preservar isso aqui, melhorar a vida das pessoas”, disse Lula.

CNN Brasil, Folha, g1 e O Globo, entre outros, destacaram a dica do presidente.

ClimaInfo, 10 de abril de 2024.

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