Rumo à COP30: Simon Stiell defende urgência dos países para enfrentar crise climática

UNFCC END Earth Negotiations Bulletin

O chefe da UNFCCC reiterou a necessidade de os países apresentarem metas climáticas mais ambiciosas em suas novas NDCs para viabilizar o limite de 1,5ºC. 

Ou vai ou racha. Pode-se sumarizar assim a fala do secretário-executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança Climática (UNFCCC), Simon Stiell, feita nesta 4ª feira (10/4) em um evento do think tank Chatham House em Londres, no Reino Unido. A crise climática precisa ser enfrentada de acordo com a sua urgência, defendeu o diplomata.

“Os próximos dois anos serão essenciais para salvar o nosso planeta”, disse Stiell, destacando as negociações sobre financiamento climático, que concentram a maior parte da agenda da UNFCCC em 2024, e a nova rodada de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) sob o Acordo de Paris como pontos-chave para o futuro do regime climático global.

“Ainda temos uma oportunidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa [dentro do limite de 1,5ºC de aquecimento], com uma nova geração de planos climáticos nacionais. Mas precisamos que eles sejam mais fortes agora”, afirmou o chefe da UNFCCC.

Stiell destacou em particular o papel do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo e que está sob presidência do Brasil em 2024. Além de pontuar que esses países representam cerca de 80% das emissões globais de gases de efeito estufa, o diplomata defendeu que o grupo se consolide como uma liderança em prol da ação climática. “A liderança do G20 deve estar no centro da solução”, disse.

Sobre as negociações em torno do financiamento climático, o secretário-executivo da UNFCCC elencou quatro componentes principais que precisarão ser definidos pelos países neste ano: 1) ampliação do financiamento por doação, especialmente aos países mais pobres e vulneráveis; 2) diversificação das fontes de financiamento internacional; 3) reforma das instituições financeiras multilaterais; e 4) alívio da dívida externa para os países que mais precisam de ajuda.

O Brasil, que preside o G20 neste ano e que receberá a COP30 em 2025, também foi destacado por Stiell. Para ele, o país “tem um papel vital a desempenhar para dar início à ação ambiciosa de que precisamos”. O chefe da UNFCCC também reconheceu os esforços recentes do governo brasileiro para explorar novos tipos de financiamento para o clima e para o desenvolvimento sustentável.

AFP, Associated Press, CNN Brasil, Financial Times, Guardian, POLITICO e Reuters, entre outros, abordaram a fala de Simon Stiell.

Em tempo: Já a Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CDB) definiu na semana passada sua nova secretária-executiva – a negociadora alemã Astrid Schomaker. Funcionária da Comissão Europeia há três décadas, Schomaker terá seu primeiro teste de fogo na nova função em outubro, quando acontece a 16ª Conferência das Partes (COP16) da CDB, em Cali, na Colômbia. A notícia é do Guardian.

 

ClimaInfo, 11 de abril de 2024.

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