Segundo a ANFAVEA, as vendas de modelos eletrificados no Brasil no 1º trimestre de 2024 representaram 73% do total vendido no ano de 2023 inteiro.
Os carros elétricos seguem obtendo resultados históricos no mercado automotivo brasileiro. Números da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) indicam que 14.118 veículos desse tipo foram emplacados no Brasil nos primeiros três meses de 2024. Esse número representa mais de 73% do total de carros elétricos comercializados no país em todo o ano de 2023 (19.277).
Em termos comparativos, os modelos elétricos representaram cerca de 3% das vendas de carros novos no Brasil. Este percentual ainda é pequeno, mas bem significativo quando comparado com a participação registrada há um ano, de apenas 0,9% das vendas totais. A tendência, de acordo com a ANFAVEA, é que essas vendas sigam crescendo nos próximos meses, já que novos modelos elétricos, especialmente de montadoras chinesas, devem chegar ao país até o final do ano. Agência Brasil, Motor 1, Olhar Digital e Terra, entre outros, repercutiram esses dados.
A continuidade da bonança do mercado brasileiros de carros elétricos desafia o temor que alguns especialistas e montadoras tinham com a volta da cobrança do imposto de importação sobre esses veículos, aplicada pelo governo federal desde o começo do ano. O impacto da retomada do tributo nos preços dos veículos parece ter sido compensado pela oferta de modelos ainda mais baratos, principalmente oriundos da China.
O crescimento das vendas de carros elétricos no Brasil contrasta com um cenário adverso em outros mercados mais consolidados, como Estados Unidos e Europa. A Inside EVs destacou uma análise da consultoria ABI Research que puxou para baixo a previsão de crescimento do setor nos próximos anos – 21% em 2024 e 19% em 2025, abaixo dos 31% registrados em 2023 e bem distante dos 60% de 2022.
Como o UOL pontuou, os contratempos do mercado global de carros elétricos são variados. Um desses problemas foi que a expectativa inicial das montadoras para a adoção desses modelos pelos consumidores se mostrou otimista demais. Outro obstáculo se deu pelo contexto macroeconômico dos últimos meses, afetados por conflitos armados e tensões geopolíticas entre as grandes potências.
Os resultados ruins estão pesando nas contas da líder global do segmento automotivo eletrificado, a norte-americana Tesla. Nesta semana, o bilionário e troll da internet Elon Musk, CEO da empresa, confirmou que mais de 10% da força de trabalho deve ser dispensada nos próximos dias. Entre as razões ele citou a necessidade de reduzir custos por conta das vendas mais baixas. Folha e Valor deram mais detalhes.
ClimaInfo, 18 de abril de 2024.
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