Em franco crescimento, frota de veículos elétricos derrubará demanda por petróleo, projeta IEA

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IEA

Adoção acelerada de veículos elétricos, incluindo ônibus, caminhões, vans, automóveis e motocicletas, derrubará demanda global por petróleo em até 12 milhões de barris por dia.

A eletrificação da frota global de transporte é uma das soluções mais efetivas para eliminar os combustíveis fósseis da matriz energética do planeta. E a boa notícia é que ela está não apenas acontecendo, como sendo acelerada. Ainda que de forma desigual, com China, União Europeia e Estados Unidos liderando o movimento a passos largos.

As vendas globais de veículos elétricos devem crescer 21% neste ano, atingindo 17 milhões de unidades, impulsionadas principalmente pela China, de acordo com o relatório Global EV Outlook 2024, da Agência Internacional de Energia. Com isso, a “demanda crescente” por veículos elétricos está “reformulando a indústria automobilística global e reduzindo significativamente o consumo de petróleo para transporte rodoviário”, diz o documento, em destaque dado pela CNN.

O crescimento previsto para este ano vem na sequência de um aumento recorde nas vendas globais de carros elétricos em 2023, que bateram os 14 milhões (subindo 35% em relação ao ano anterior). O salto de 21% previsto para este ano, apesar de não superar o de 2023, é considerado “muito forte” pela IEA, que vê uma tendência contínua de expansão da frota, destaca o Observatório do Clima.

O levantamento estima, segundo essa tendência, que um a cada dois carros vendidos no mundo será elétrico em 2035, considerando as políticas atuais de incentivo e de corte de emissões de gases de efeito estufa pelos países. Em um cenário mais otimista, se os países cumprirem integralmente seus compromissos climáticos e com a transição energética, dois terços da venda global de carros será elétrica no mesmo ano.

Nessas condições, a adoção acelerada de veículos elétricos derrubará a demanda global por petróleo em até 12 milhões de barris por dia. O montante equivale à demanda diária de China e União Europeia somadas – e cerca de 4 vezes a atual produção de petróleo do Brasil.

Considerando as políticas atuais, a queda seria um pouco menor, de 10 milhões barris ao dia em 2035. Isso reduziria as emissões de gases de efeito estufa pelo setor em mais de 2 Gt de CO2 equivalente em relação aos padrões atuais.

As recentes manchetes negativas sobre a desaceleração da penetração de veículos elétricos estão fora de sintonia com as tendências globais positivas, de acordo com o diretor executivo da IEA, Fatih Birol. Os dados “de forma alguma mostram uma reversão no crescimento dos carros elétricos. Eles mostram um aumento extremamente robusto nas vendas globais de carros elétricos”, disse ele.

Financial Times, Reuters, ABC, Guardian e Axios também repercutiram o novo relatório da IEA sobre os veículos elétricos.

 

ClimaInfo, 24 de abril de 2024.

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