Renováveis batem recorde e suprem 30% da demanda elétrica global

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Tyler Casey/Unsplash

Crescimento da energia renovável pode superar o aumento geral na demanda por eletricidade em 2024, causando uma queda de 2% na geração por combustíveis fósseis.

Pela primeira vez, as energias renováveis responderam por mais de 30% da eletricidade mundial no ano passado, devido ao rápido crescimento da oferta de energia eólica e solar. Em 2000, a participação das renováveis da demanda elétrica global era de 19%, notadamente baseada em hidrelétricas na época.

Os dados são de um relatório lançado na 4ª feira (8/5) pela think tank climática Ember. Para este ano, a expectativa é que o crescimento da energia renovável seja maior que o aumento geral na demanda por eletricidade, levando a uma queda de 2% na geração elétrica à base de combustíveis fósseis, informa a Bloomberg. Com isso, destaca a Reuters, a produção global de energia proveniente de combustíveis fósseis deve cair para menos de 60% da produção global de eletricidade pela primeira vez desde pelo menos 2000, quando os dados da Ember começaram.

A eletricidade por fontes renováveis já ajudou a desacelerar o crescimento da geração por combustíveis fósseis em quase dois terços nos últimos dez anos, de acordo com o documento. “O futuro das energias renováveis chegou”, disse Dave Jones, diretor de insights globais da Ember, ao Guardian. “A energia solar, em particular, está acelerando mais rápido do que qualquer um pensava ser possível.”

Em 2023, a fonte solar foi a principal fornecedora do crescimento da eletricidade, de acordo com a Ember. A geração fotovoltaica adicionou mais do que o dobro da nova geração de eletricidade do que o carvão no ano passado.

“É importante celebrar este marco da participação das renováveis na matriz elétrica global, especialmente diante da meta ambiciosa de triplicar sua capacidade instalada até o final da década, estabelecida na COP28. O Brasil é um dos países que mais se alinha à meta da COP, tendo em vista seu crescimento em energia solar e eólica nos últimos dois anos. Um ponto de atenção é a lição de casa que deverá ser feita para que essa trajetória seja mantida, incluindo investimentos em infraestrutura de transmissão e armazenamento de energia, para tornar o sistema resiliente e menos dependente de termelétricas a combustíveis fósseis”, destacou Ricardo Baitelo, gerente de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).

Renewables Now, Business Times, UOL, IstoÉ e Estado de Minas também repercutiram o avanço das renováveis apontado pelo relatório da Ember.

 

ClimaInfo, 9 de maio de 2024.

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