Trump promete acabar com as leis climáticas nos EUA em troca de US$ 1 bilhão de empresas Big Oil

Trump promessas Big Oil
MoneyCNN.com

Em conversa reservada com executivos petrolíferos, Donald Trump pediu doações para a sua campanha e prometeu reverter todas as políticas climáticas do presidente Joe Biden.

Sutileza não é o forte de Donald Trump. Fã das hipérboles e dos exageros retóricos, o ex-presidente dos Estados Unidos – que tenta retornar à Casa Branca nas eleições de novembro – também é conhecido por enxergar o mundo em termos puramente transacionais, sem pudores.

Um exemplo disso foi revelado pelo Washington Post. Em um jantar privativo de campanha com executivos de empresas de combustíveis fósseis, Trump teria sido “direto e reto” e pedido a doação de US$ 1 bilhão para sua campanha pelos representantes do setor. Em troca, ele prometeu acabar de imediato, assim que reassumir o governo norte-americano, com todas as políticas climáticas do sucessor e rival, o presidente Joe Biden.

“Todos vocês são suficientemente ricos para angariar bilhões de dólares para me devolverem à Casa Branca”, teria dito Trump aos executivos. O valor, um absurdo mesmo para os padrões eleitorais anabolizados da política norte-americana, se justificaria pelos impostos que essas empresas deixariam de pagar em um hipotético segundo mandato presidencial. Guardian, POLITICO, NY Times, Reuters e Rolling Stone, entre outros, também repercutiram a “chantagem” política de Trump com os executivos das petrolíferas norte-americanas.

Entre as promessas de Trump ao Big Oil, estão o descongelamento de licenças para novas exportações de gás natural liquefeito (GNL), a retomada de leilões para novas concessões de exploração petrolífera no Golfo do México, o fim dos benefícios criados pela Lei de Redução da Inflação (IRA) para a geração renovável de energia e a indústria de carros elétricos, e novas autorizações para perfuração em áreas de proteção ambiental no Alasca.

Segundo a reportagem, o evento realizado no resort de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, contou com a participação de mais de 20 executivos de empresas como Chevron, ExxonMobil, Occidental Petroleum e Continental Resources. Muitos desses nomes são críticos das políticas climáticas da gestão Biden, a despeito de suas empresas terem experimentado um crescimento significativo nos últimos quatro anos sob o democrata.

“Trump está vendendo o futuro das famílias trabalhadoras para os interesses das grandes petrolíferas em troca de doações de campanha. Não importa que essas empresas cobrem dos americanos o que quiserem, ao mesmo tempo que obtêm lucros recordes – se Trump puder descontar um cheque, ele fará o que eles dizem”, afirmou Ammar Moussa, porta-voz da campanha de Biden à reeleição.

 

ClimaInfo, 13 de maio de 2024.

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