EUA aumentam tarifas de importação de carros elétricos e painéis solares da China

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China Daily

Menos de uma semana depois de conversas bilaterais sobre clima, os EUA aplicaram novas tarifas sobre veículos elétricos, baterias e painéis solares importados da China.

O ambiente de cooperação e amizade entre chineses e norte-americanos não durou muito. Menos de uma semana após o primeiro encontro de alto-nível entre os principais diplomatas de EUA e China para o clima, em Washington, o governo de Joe Biden anunciou um aumento nas tarifas de importação sobre diversos produtos tecnológicos verdes provenientes do mercado chinês.

A Casa Branca justificou a medida pelo fato da China estar promovendo “riscos inaceitáveis” à segurança econômica dos EUA ao vender equipamentos como painéis solares, carros elétricos e baterias a preços muito mais baixos do que a média. O reajuste das tarifas seria, assim, um caminho para readequar os preços e proteger os produtores locais desses equipamentos.

“As práticas comerciais injustas da China em matéria de transferência de tecnologia, propriedade intelectual e inovação estão ameaçando as empresas e os trabalhadores norte-americanos. A China também está inundando os mercados globais com exportações a preços artificialmente mais baixos”, destacou o governo dos EUA em nota.

As tarifas aplicadas sobre esses produtos aumentaram significativamente. O imposto de importação de semicondutores e células solares da China aumentou de 25% para 50%. Já para aço e alumínio, a tarifa subiu do intervalo de 0% a 7,5% para 25%. Os carros elétricos foram os alvos principais: a tarifa aumentou de 25% para 100%, quatro vezes mais.

As autoridades de Pequim reagiram com frustração. A Bloomberg destacou a resposta do ministro chinês de negócios estrangeiros, Wang Yi, que classificou as medidas norte-americanas como “um exemplo clássico de intimidação” por parte de Washington. “Algumas pessoas nos EUA perderam a sanidade para salvaguardar a sua hegemonia unilateral”, afirmou.

Ao mesmo tempo, nem todo mundo no mercado de energia renovável dos EUA aplaudiu as novas tarifas sobre a China. Michael Polsky, CEO da Invenergy, lamentou à Bloomberg o fato de algumas fabricantes norte-americanas de painéis solares se preocuparem mais em “proteger os seus lucros e criar condições onde possam vender os seus produtos ao preço mais elevado”, ignorando as necessidades da transição energética nos EUA. 

Climate Home, Financial Times, NY Times e Reuters, entre outros, repercutiram a taxação de equipamentos “verdes” da China nos EUA. No Brasil, a notícia também saiu em veículos como Folha, g1 e Valor.

 

ClimaInfo, 16 de maio de 2024.

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