Vitória da extrema direita na França ameaça políticas climáticas e ambientais

eleições França 2024
Marine Le Pen @MLP_officiel

Há dúvidas quanto ao futuro dos pactos climáticos assinados pelo país que preveem que as grandes potências destinem recursos para a transição energética nos emergentes.

O avanço da extrema direita no Parlamento Europeu já havia deixado ativistas e especialistas climáticos com o pé atrás quanto ao futuro da política climática do continente. Agora, o 1º turno das eleições legislativas na França, que teve os radicais de direita como os grandes vencedores, aumenta essa apreensão.

A extrema direita se aproxima de assumir o governo francês pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. O partido vitorioso no 1º turno, a Reunião Nacional (RN), é comandado por Marine Le Pen e promete questionar o funcionamento do bloco. E a direita radical já alertou que, se sair vitoriosa no próximo domingo (7/7), quando ocorre o 2º turno das eleições, vai determinar quem será o comissário do país na nova Comissão Europeia, lembra Jamil Chade no UOL.

Há também dúvidas sobre o compromisso da extrema direita com os pactos climáticos assinados pela França e que preveem, pelo menos teoricamente, que as grandes potências destinem bilhões de euros para a transição energética nos emergentes. Tampouco fica claro qual seria o resultado nos projetos comuns do Brasil e França para a preservação da Floresta Amazônica.

A RN obteve 33% dos votos, o que permite projetar que conquiste entre 230 e 280 das 577 cadeiras da Assembleia Nacional, perto da maioria absoluta (289). Em segundo lugar ficou a Nova Frente Popular (NFP), coalizão de esquerda e extrema-esquerda, com 28% e, por ora, uma projeção de 150 a 180 cadeiras. Em terceiro, com 20%, ficou o bloco Juntos, que inclui o Renascimento, partido do presidente Emmanuel Macron, grande derrotado da eleição. A atual maioria governamental deve cair dos atuais 250 deputados para algo entre 60 e 100, pondo fim ao breve gabinete do primeiro-ministro Gabriel Attal, 35, no poder desde janeiro, detalha a Folha.

As eleições parlamentares na França foram repercutidas por diversos veículos, como CNN, Le Monde, France24 e Wall Street Journal.

 

 

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ClimaInfo, 02 de julho de 2024.

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