Com vendas abaixo do esperado e em meio a pressões políticas, GM e Ford revisam para baixo sua previsão de crescimento da produção de elétricos.
O apetite das grandes montadoras pelo segmento elétrico diminuiu nos últimos meses. Depois de projetar investimentos bilionários para expandir a produção de carros elétricos nos próximos anos, empresas como GM e Ford estão revisando seus planos e diminuindo suas expectativas de produção futura.
De acordo com o NY Times, o principal obstáculo aos planos elétricos das montadoras é o próprio consumidor. A avaliação dessas empresas é que o impulso para ampliar a fatia de elétricos na frota, especialmente nos Estados Unidos, não levou em consideração possíveis dificuldades, como os altos preços dos carros e caminhões elétricos e a infraestrutura de recarga ainda deficiente.
“Após a pandemia, houve uma enorme exuberância em torno dos veículos elétricos e acho que muitos fabricantes pensaram que o crescimento continuaria. Mas a realidade é que esse não é o caso”, afirmou Arun Kumar, sócio e diretor administrativo da prática automotiva e industrial da consultoria AlixPartners.
Outro problema é a questão política. Enquanto o segmento de carros elétricos ainda se beneficia com as políticas climáticas da gestão de Joe Biden, a perspectiva de um retorno de Donald Trump à Casa Branca tem deixado as montadoras em dúvida sobre a pertinência de manter planos ambiciosos de investimentos na eletrificação de sua frota.
Isso porque o candidato republicano já prometeu acabar com os incentivos atuais ao setor, a despeito de ter o bilionário Elon Musk, dono da Tesla, a líder do segmento automotivo elétrico global, entre seus principais apoiadores eleitorais.
O Estadão publicou uma tradução da reportagem do NY Times. Bloomberg, CNBC e InsideEVs também abordaram essa notícia.
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ClimaInfo, 23 de julho de 2024.
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