Países ricos poderiam levantar US$ 5 trilhões anuais em financiamento climático

financiamento climático
Giorgio Trovato/Unsplash

Recursos poderiam ser levantados com o fim dos subsídios a combustíveis fósseis, taxação dos grandes poluidores e mudanças nas regras financeiras que favorecem o Big Oil.

Enquanto países ricos e pobres seguem divididos sobre o futuro do financiamento climático internacional, uma nova análise divulgada nesta 3ª feira (24/9) mostrou que os governos desenvolvidos podem levantar pelo menos US$ 5 trilhões por ano para financiar a ação climática nas nações em desenvolvimento, cinco vezes o valor reivindicado por elas nas negociações para a COP29 de Baku.

Segundo o briefing da Oil Change International, esses recursos poderiam ser mobilizados a partir de uma combinação de impostos sobre a riqueza dos bilionários e de empresas e o fim dos subsídios públicos aos combustíveis fósseis. Essas medidas viabilizariam um financiamento climático compatível com as demandas dos países pobres e impulsionariam a ação climática global.

Segundo a análise, um imposto sobre bilionários poderia gerar US$ 482 bilhões globalmente, enquanto uma tributação sobre transações financeiras levantaria US$ 327 bilhões. Já a cobrança sobre vendas de grandes tecnologias, armas e moda de luxo arrecadaria outros US$ 112 bilhões. Um redirecionamento de 20% dos gastos militares públicos garantiriam US$ 454 bilhões adicionais a essa conta.

O fim dos subsídios aos combustíveis fósseis liberaria US$ 270 bilhões em recursos públicos nos países ricos e cerca de US$ 846 bilhões em todo o mundo. Por fim, impostos sobre extração de combustíveis fósseis poderiam arrecadar US$ 160 bilhões nas economias desenvolvidas e US$ 618 bilhões globalmente.

A análise reitera algumas preocupações dos países pobres nas negociações sobre financiamento climático, como a necessidade de financiamento baseado em subsídios e doações, e não empréstimos, e uma maior previsibilidade sobre a disponibilização desses recursos pelos países ricos doadores.

“Não há escassez de dinheiro público disponível para os países ricos pagarem sua cota justa pela ação climática em casa e no exterior. Eles podem desbloquear trilhões ao acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis, fazendo os poluidores pagarem e mudando regras financeiras injustas”, destacou Laurie van der Burg, líder de finanças públicas da Oil Change International.

Common Dreams e Guardian deram mais detalhes sobre a análise.

 

ClimaInfo, 25 setembro de 2024.

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