Colômbia inclui recursos para a natureza em plano de transição energética

3 de outubro de 2024
Colômbia transição energética
Pexels/David Riaño

Governo vai captar investimentos de US$ 40 bilhões para financiar seus ambiciosos planos de transição energética e acabar com sua dependência de petróleo e carvão.

A Colômbia parte para a ação para eliminar os combustíveis fósseis e expandir as fontes renováveis em sua matriz energética [Corre aqui, Lula!]. O governo do país está lançando um plano de investimentos de US$ 40 bilhões para transição energética, que também busca oportunidades econômicas verdes em turismo sustentável e restauração da natureza.

“Passamos da retórica à prática, criando um portfólio de investimento que tem como objetivo orientar a Colômbia para uma economia baixa em carbono”, reiterou a ministra do Ambiente do país, Susana Muhamad, num evento na cidade de Barranquilla batizado de “Feira de Economias para a Vida”. Até hoje (4/10), sete ministérios do governo de Gustavo Petro apresentarão 20 projetos nesse evento, informa o UOL.

A meta é “a geração de outros setores econômicos que diversifiquem a economia e reduzam nossa dependência da exportação de petróleo e carvão”, insistiu a ministra do Ambiente. Assim, as propostas estão focadas no turismo de natureza, nos sistemas produtivos sustentáveis, na indústria de baixa produção de carbono e na adaptação às mudanças climáticas.

Susana já havia apresentado parte do plano na Climate Week, em Nova York. Na ocasião, ela contou que o programa refletirá as Parcerias para Transição Energética Justa (JETP, sigla em Inglês) apoiadas por doadores, acordadas nos últimos anos com a África do Sul, Vietnã, Indonésia e Senegal, explica o Climate Change News. A Colômbia está negociando com o Reino Unido, Alemanha, Canadá e a União Europeia – importantes financiadores de outras JETPs – como possíveis apoiadores, assim como o BID.

A Colômbia é uma potência hídrica e um dos países de maior biodiversidade do mundo, e enfrenta as consequências das mudanças climáticas. Atualmente o país luta contra temperaturas acima da média e também uma seca que pode provocar uma crise energética.

No fim de 2023, o presidente Gustavo Petro interrompeu a autorização de novas concessões para exploração de petróleo, gás fóssil e carvão no país. Foi o primeiro passo do compromisso assumido por Petro em sua cruzada para incentivar o mundo a deixar de explorar combustíveis fósseis.

Estado de Minas, Reuters, Axios, Reuters, O Petróleo e BNAmericas também repercutiram o plano de transição energética da Colômbia.

Em tempo: Susana Muhamad é uma das maiores opositoras dos combustíveis fósseis no cenário mundial, mas, curiosamente, sua carreira política começou nos corredores de uma petroleira. Tudo se deu quando ela se demitiu do cargo de consultora de sustentabilidade da Shell, em 2009, e voltou para sua terra natal, a Colômbia. Na época, tinha 32 anos e estava desiludida, longe do patamar que alcançaria mais tarde como ministra do Ambiente do país e uma das líderes progressistas de maior destaque na política ambiental global. “Eu realmente achava que você poderia causar um grande impacto dentro de uma empresa de energia na questão climática, especialmente porque toda a publicidade deles dizia que iriam se tornar uma empresa de energia, o que significava que não seriam apenas uma empresa de combustíveis fósseis”, disse ela ao Guardian. “Eu me demiti no dia em que eles decidiram investir seu dinheiro de inovação no fracking.”

 

ClimaInfo, 4 de outubro de 2024.

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