Lista de cotados inclui o vice Geraldo Alckmin, a ministra Marina Silva, o embaixador André Corrêa do Lago e a secretária do MMA Ana Toni.
A um ano da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), programada para acontecer pela 1ª vez no Brasil, o governo federal se prepara para anunciar o nome do presidente do evento, um posto-chave para o sucesso das negociações. De acordo com O Globo, a indicação deve ser formalizada até o final do mês, possivelmente durante a COP29 de Baku, no Azerbaijão, que começa na semana que vem.
Entre os nomes cotados para a presidência da COP30, estão o do vice-presidente Geraldo Alkimin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – MDIC), dos ministros Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Mauro Vieira (Relações Exteriores), do embaixador André Corrêa do Lago, e da secretária nacional de mudanças climáticas, Ana Toni.
Não há uma regra específica para a nomeação de um presidente de COP, mas historicamente os presidentes de COPs costumam ter status ministerial. Foi assim, por exemplo, nas COP26 (Reino Unido, em 2021) e COP27 (Egito, em 2022), quando ministros foram nomeados para o comando das COPs – Alok Sharma e Sameh Shoukry, respectivamente.
Já na COP28, no ano passado, o governo dos Emirados Árabes indicou o CEO de uma petroleira estatal, Sultan al-Jaber, uma decisão cravada de polêmica por conta de conflito de interesses. Nesta COP29, o Azerbaijão indicou o ministro Mukhtar Babayev para o posto, que também tem um passado de serviços prestados para a indústria de combustíveis fósseis.
A indicação da Presidência da COP30 é apenas um dos desafios na mesa do governo federal relacionados ao evento. O Globo e Valor destacaram os obstáculos que persistem no caminho de Belém para receber dezenas de milhares de negociadores e observadores em novembro de 2025.
O principal problema é a insuficiência da rede hoteleira da capital paraense, mas outros pontos também preocupam, como o serviço aeroportuário, a dragagem do porto para a chegada de navios de cruzeiro, com os quais o governo do Pará pensa oferecer hospedagem para as delegações, e melhorias de mobilidade urbana e saneamento básico.
Para os governos federal e paraense, o discurso segue otimista: as obras estão acontecendo, ainda que não na velocidade desejada, mas tudo estará pronto a tempo da abertura da COP30 daqui a um ano. Ao mesmo tempo, eles destacam o legado que a Conferência pode deixar aos moradores de Belém, com melhorias significativas que beneficiarão a vida da população local, especialmente na parte de infraestrutura.
Em entrevista ao portal Metrópoles, o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia da Silva, afirmou que o governo federal levará em conta os erros cometidos na preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 para não deixar obras inacabadas. “Estamos tomando muito cuidado para não começar nada que não termine”, frisou.
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ClimaInfo, 6 de novembro de 2024.
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