Equipes de emergência lutavam para restaurar os serviços no território ultramarino mais pobre da França, onde se teme que centenas ou até milhares tenham morrido.
Autoridades do arquipélago de Mayotte, no sudeste da África, temem que até 1.000 pessoas tenham morrido depois que o ciclone Chido atingiu o território ultramarino mais pobre da França no fim de semana. Na 2ª feira (16/12), o número oficial de mortos em decorrência da tormenta era de 14.
Equipes de emergência trabalhavam ontem para resgatar sobreviventes em meio a cenas de devastação, com casas e escolas destruídas e água, energia e comunicações cortadas em decorrência da pior tempestade a atingir o arquipélago em quase um século, relata a Bloomberg. Chido devastou grandes partes de Mayotte com ventos de mais de 220 km/h.
Com áreas do território ainda inacessíveis, o ministro interino do Interior da França, Bruno Retailleau, disse que levaria dias para determinar a extensão total dos danos e mortes. Em coletiva de imprensa, Retailleau relatou que ainda não era possível fornecer um número de mortos e acrescentou que “claramente a ilha está totalmente devastada”.
Moradores fizeram fila do lado de fora dos supermercados em busca de água e outros itens básicos. “É realmente uma paisagem de guerra. Não reconheço mais nada. Não sobrou nem uma árvore, as colinas, não há uma folha de grama, é extraordinário”, disse à Reuters Camille Cozon Abdourazak, moradora do território.
Os piores danos ocorreram nos assentamentos informais, contou o prefeito de Mayotte, François-Xavier Bieuville. Segundo a CNN, esses assentamentos abrigam muitos dos cerca de 100.000 imigrantes sem documentos que vivem em Mayotte, de acordo com o Ministério do Interior da França. Apesar da pobreza, do desemprego e da violência, Mayotte atraiu nas últimas décadas dezenas de milhares de pessoas das vizinhas Comores e Madagascar em busca de melhores condições econômicas e acesso ao sistema de bem-estar social francês.
Tempestade de categoria 4, Chido atravessou o sudoeste do Oceano Índico no fim de semana, impactando o norte de Madagascar antes de se intensificar rapidamente e atingir Mayotte. O ciclone rumou em direção ao norte de Moçambique, onde continuou a causar danos, embora já tivesse enfraquecido.
Guardian, CNN, AP, Down to Earth, BBC, Al Jazeera e Reuters também noticiaram os estragos de Chido em Mayotte.
__________
ClimaInfo, 17 de dezembro de 2024.
Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo
