Ministros do G20 não chegam a consenso sobre financiamento climático

Sob presidência da África do Sul, o G20 enfrenta um desafio adicional na discussão sobre financiamento climático - a oposição do governo negacionista de Donald Trump nos EUA.
6 de março de 2025
g20 financiamento climático
sanews.gov.za

Os ministros de finanças do G20 concluíram sua primeira reunião de 2025 na semana passada na Cidade do Cabo, na África do Sul, sem motivos para celebração. O grupo que reúne as maiores economias do planeta, presidido neste ano pelos sul-africanos, não conseguiu chegar a um acordo e, por isso, não divulgou um comunicado com os principais pontos e consensos entre os países.

Um dos pontos de impasse foi a questão do financiamento climático, que teve grande destaque no ano passado sob a presidência do Brasil. Segundo o ministro sul-africano de Finanças, Enoch Godongwana, alguns países do G20 entendem que outros temas deveriam ser prioritários para o grupo neste ano.

“Não vou [nomear] nenhum país específico, mas as questões climáticas estão se tornando um desafio pela primeira vez. Acredito que há uma visão de que deveríamos priorizar outras coisas além do financiamento climático necessário”, disse Godongwana à Reuters.

O impacto do retorno de Donald Trump à Casa Branca, com uma agenda antiambiental e altamente protecionista, foi um dos fatores – nenhum representante americano participou do encontro. Não foram apenas os americanos que se ausentaram: China, Índia e Japão também não compareceram.

No lugar do comunicado, os ministros de Finanças do G20 divulgaram um resumo dos procedimentos, sintetizando os poucos consensos obtidos na Cidade do Cabo. O resumo não cita a palavra “clima”, apesar de manter pontos importantes como o fortalecimento do multilateralismo, a reforma do sistema financeiro global e o papel do G20 como fórum principal para a cooperação econômica internacional.

A Bloomberg também destacou a notícia.

  • Em tempo: O governo de Javier Milei na Argentina segue estudando a possibilidade de seguir o exemplo de Trump nos EUA e deixar o Acordo de Paris, mas a probabilidade disso acontecer é cada vez menor. De acordo com o Climate Home, a avaliação de analistas é de que um eventual abandono do regime climático internacional por Buenos Aires pode melindrar as relações econômicas do país com parceiros comerciais importantes, principalmente União Europeia e China. Outro obstáculo é a falta de apoio da proposta entre os parlamentares argentinos, que precisariam validar uma saída do Acordo de Paris.

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