“Efeito Trump”: IEA e OPEP reduzem projeção de demanda de petróleo

Agência e cartel petrolífero colocam ainda mais o pé no freio sobre a expansão do consumo de combustíveis fósseis após “tarifaço” dos EUA.
15 de abril de 2025
opep iea
Divulgação/Shell

Donald Trump é um entusiasta da energia suja dos combustíveis fósseis e tomou posse na presidência dos EUA prometendo “abrir a porteira” para a indústria petrolífera. Mas sua “birra” comercial com a China, em particular, e com o resto do mundo pode ter um efeito contrário ao que ele tanto deseja, segurando a demanda por petróleo em todo o planeta. O clima, que ele tanto odeia, agradece.

Em seus relatórios mensais, divulgados na 2ª e 3ª feira (14 e 15/4), tanto a Agência Internacional de Energia (IEA) como a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reduziram suas projeções para a demanda pelo combustível fóssil neste ano. Ambas apontam o “tarifaço” de Trump como o principal motivo para o freio no consumo petrolífero.

A demanda global por petróleo crescerá em 2025 no menor ritmo em cinco anos, de acordo com a IEA. As tarifas de Trump, juntamente com o aumento da oferta pelos produtores da OPEP+, provocaram uma queda acentuada nos preços do petróleo neste mês, reduzindo a receita dos produtores, destaca a Reuters. Assim, a indústria petrolífera estadunidense, apesar dos apelos de Trump para “perfurar, baby, perfurar”, pode, na verdade, desacelerar a atividade, explicou a agência.

A nova projeção da IEA calcula que a demanda mundial por petróleo aumentará em 730 mil barris por dia (bpd) em 2025, queda acentuada  sobre os 1,03 milhão de bpd esperados no mês passado. A agência credita a previsão à piora das perspectivas para a economia global em meio à repentina escalada das tensões comerciais. “Aproximadamente metade desse rebaixamento ocorre nos EUA e na China”, explicou.

Em sua primeira análise para 2026, a IEA previu uma nova desaceleração no crescimento da demanda, para 690 mil bpd. Na avaliação da instituição, além do cenário econômico frágil que deve se estender até o próximo ano, a crescente penetração de veículos elétricos também ajudará na queda da demanda por combustíveis fósseis.

A OPEP, em sua projeção para 2025, calcula que a demanda mundial de petróleo aumentará em 1,30 milhão de bpd neste ano, uma queda de 150.000 bpd em relação à previsão do mês passado, informam Valor, UOL, Poder 360 e VEJA. O cartel petrolífero citou o impacto de dados recebidos para o primeiro trimestre e o “tarifaço” dos EUA como justificativa. E também reduziu as projeções de crescimento econômico global para este e o próximo ano.

“A previsão é de que a demanda por petróleo seja sustentada pela forte demanda por viagens aéreas e pela mobilidade rodoviária, bem como pelas atividades industriais, de construção e agrícolas em países não pertencentes à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, destacou a entidade.

A OPEP também reduziu sua previsão para o aumento da demanda em 2026. Se antes o cartel projetava um acréscimo de 1,43 milhão de barris por dia no próximo ano, agora aponta um aumento de 1,28 milhão de bpd.

UOL, oilprice.com e Wall Street Journal também repercutiram as novas projeções da IEA e da OPEP.

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