
Uma semana após lançar uma nova carta na qual destaca o “mutirão global” para a COP30, a presidência da conferência anunciou os nomes que servirão como “enviados especiais”. Eles apoiarão no engajamento e na escuta de setores e regiões prioritárias na mobilização para criar as “contribuições autodeterminadas” pelo setor privado e sociedade civil, de modo similar às metas climáticas dos países (NDCs).
São 30 personalidades reconhecidas em sua região ou em seus setores sociais, culturais e econômicos, que terão acesso livre e informal à Presidência da COP30 para trazer e levar ideias, sugestões, experiências e desafios, explicou Daniela Chiaretti no Valor. A lista inclui oito enviados regionais – todos do exterior, divididos entre regiões do globo – e 22 representantes setoriais nacionais, que atuarão voluntariamente, e em caráter pessoal.
“Os enviados funcionarão como caixas de ressonância de setores e de geografias, verdadeiros canais e facilitadores do fluxo de informações e de percepções de suas respectivas áreas. Precisamos ouvir muito sobre as expectativas nas áreas em que contamos com enviados especiais”, explicou o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago.
Já no terreno diplomático, o principal ponto de dúvida está na conduta do governo negacionista de Donald Trump nos EUA. Como destacado pelo Valor, o presidente Lula disse que a cúpula servirá para mostrar ao mundo quem são os “países sérios” na questão climática, espetando seu colega norte-americano.
“Todo mundo vai ter que apresentar as NDCs na COP e aí vamos ver quem são os países sérios. Quero saber como o governo americano vai se comportar nessa questão da transição climática. O mundo não é mais o mesmo, nós não queremos xerifes, queremos parceiros”, disse Lula.
Em outra frente, o Brasil “provocou” a China para avançar na agenda climática global, especialmente quanto à sua NDC, ainda não apresentada. “O Brasil conta com a China para que cheguemos à COP30 com Contribuições Nacionalmente Determinadas e metas de redução ambiciosas, alinhadas com 1,5°C”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A ministra, que integrou a comitiva de Lula à China, participou de um evento em Pequim sobre a cooperação entre os dois países em restauração florestal, relatou a Exame. E também enfatizou a importância da cooperação entre países do Sul Global para o avanço do multilateralismo climático.
Ainda na China, o Ministério da Fazenda (MF) apresentou a proposta de construção do “Roteiro de Baku a Belém para US$ 1,3 trilhão” em evento promovido pelo Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB). Participaram representantes de países acionistas do AIIB, organizações internacionais, ministérios e instituições financeiras chinesas, centros de pesquisa e atores do setor privado da região.