
Os carros elétricos chineses se tornam presença cada vez mais comum nas grandes cidades do país. Os modelos ainda são mais caros que similares nacionais movidos a combustíveis fósseis. Mas com a iminência da abertura de fábricas de montadoras da China no Brasil, os valores deverão cair, preocupando a indústria automobilística nacional, tão defensora do “livre mercado”, de um lado, e de protecionismo, de outro.
O Globo destaca a estratégia chinesa para dominar o mercado global de VEs: visão de longo prazo e apoio financeiro do governo. O Estado chinês incluiu carros elétricos em seu plano econômico quinquenal já em 2001, mas foi só na década de 2010 que começou a fornecer grandes subsídios para o crescimento do setor.
Nos últimos meses, o mercado chinês, o maior do mundo em VEs, vive uma guerra de preços entre as montadoras. Algo que pode beneficiar os consumidores do Brasil, explica O Globo. Isso porque o interesse dos compradores pelos carros elétricos é crescente no país, e a oferta de novos modelos chineses importados e o início de produção local da BYD e da GWM esquentam a briga entre as fabricantes.
Outra chinesa que já aportou no Brasil, mas quer aumentar sua presença, é a GAC, cujos executivos tiveram uma reunião de negócios com o presidente Lula durante sua visita àquele país em maio, lembra o SBT. Em entrevista à Bloomberg Línea, o CEO da montadora no Brasil, Alex Zhou, disse que a empresa quer ganhar mercado local e transformar o país num hub de VEs e carros híbridos para a América Latina.
A ofensiva das montadoras chinesas, com carros com mais tecnologia embarcada e prontos para a necessidade de eliminação dos combustíveis fósseis para estancar a crise climática, faz os tradicionais fabricantes nacionais torcerem o nariz, informam InfoMoney, Inside EVs e Gizmodo. Ficando para trás na corrida tecnológica, as montadoras já instaladas aqui acionam as velhas apelações de sempre, desde falar em “ameaça à produção” e, por consequência, aos empregos, atraindo assim o apoio dos trabalhadores, a pedir “medidas” contra a “invasão chinesa” – ou seja, tarifas.