A Terra no vermelho: Dia da Sobrecarga chegou mais cedo em 2025

Demanda crescente por recursos naturais supera a capacidade de regeneração da Terra; data caiu uma semana antes em relação a 2024.
27 de julho de 2025
dia da sobrecarga da terra
Javier Miranda / Unsplash

Todo ano, o Dia da Sobrecarga da Terra chama a atenção para um cenário cada vez mais preocupante: a insustentabilidade da demanda por recursos naturais frente à capacidade de regeneração do planeta. Em 2025, a data caiu no dia 24 de julho – ou seja, desde a última 6a feira (25), a Humanidade está “usando o cheque especial” do capital natural terrestre.

Calculada pela Global Footprint Network, a data é baseada nas Contas Nacionais de Pegada e Biocapacidade, realizadas pela Universidade de York (Reino Unido). Segundo essa estimativa, a Humanidade está consumindo a natureza 1,8 vezes mais rápido do que os ecossistemas da Terra conseguem se regenerar.

Ou seja, as pessoas estão emitindo mais gases de efeito estufa do que a biosfera consegue absorver, usando mais água doce do que a repõe, cortando mais árvores do que conseguem regenerar, entre outras ações. Esse uso excessivo dos recursos naturais inevitavelmente esgota o capital natural da Terra, comprometendo sua disponibilidade segura para as próximas gerações.

A trajetória histórica dos últimos 55 anos deixa evidente o quadro de insustentabilidade. Desde a década de 1970, o consumo de recursos naturais pela Humanidade vem superando a capacidade de recuperação do planeta, um processo que se intensificou a partir de 2002. De lá pra cá, a tendência de demanda crescente só não foi observada em períodos de crise econômica, como em 2008, ou na pandemia de COVID-19, em 2020. No ano passado, o Dia da Sobrecarga caiu em 1o de agosto. 

“Estamos expandindo os limites do dano ecológico que podemos causar. Já se passou um quarto do século XXI e devemos ao planeta ao menos 22 anos de regeneração ecológica, mesmo que impeçamos qualquer dano adicional agora. Se ainda quisermos chamar este planeta de lar, esse nível de superação exige uma escala de ambição em adaptação e mitigação que deve ofuscar quaisquer investimentos históricos anteriores que tenhamos feito, em prol do nosso futuro comum”, comentou Lewis Akenji, membro do conselho da GFN. Ciclovivo, Deutsche Welle, Folha, g1 e VEJA, entre outros, repercutiram a notícia.

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