Impasse nas negociações para um tratado contra poluição por plásticos

Com as negociações sobre o tratado global contra a poluição por plásticos encalacradas, organizações lançam manifesto apelando aos países.
10 de agosto de 2025
tratado de poluição por plásticos plenária
Unep.org

As negociações para a elaboração de um tratado global histórico para combater o flagelo da poluição plástica estavam em dificuldades no sábado (9/8), com progresso lento e países em grande desacordo sobre até onde o acordo proposto deve ir. A situação fez organizações da sociedade civil lançarem um manifesto conjunto apelando às nações para cumprirem sua promessa e elaborarem um documento forte acabando com o problema.

A 5ª rodada de negociações para o Tratado Global contra a Poluição por Plásticos (INC-5.2) termina em Genebra na próxima 5ª feira (14/8). O presidente da cúpula, Luis Vayas Valdivieso, alertou os 184 países participantes da necessidade de se chegar a um acordo, informam France24 e Le Monde. “O progresso alcançado não foi suficiente”, disse aos delegados.

Alguns países pediram que áreas distantes de um acordo fossem completamente abandonadas por conveniência. Outros criticaram a postura temerária e disseram que a insistência no consenso não poderia ser usada como justificativa para afundar os elementos mais ambiciosos do tratado.

A forte presença de lobistas da indústria de plásticos e de combustíveis fósseis é um dos fatores limitantes ao tratado. Se fossem uma delegação, eles somados formariam a maior na reunião, superando em número a junção de todas as delegações dos 27 estados-membros da União Europeia, mostra uma análise do Centro de Direito Ambiental Internacional (CIEL).

Diante do impasse, CIEL, WWF e outras organizações da sociedade civil se uniram em um manifesto pedindo pelo cumprimento de suas promessas e pelo fim da poluição por plástico. “Não estamos no caminho certo para entregar um tratado que proteja as pessoas e a Natureza. Já chega; algo precisa mudar. Estamos nos unindo às vozes de catadores de lixo, comunidades da linha de frente, cientistas, profissionais de saúde, crianças e jovens, mulheres, empresas e organizações não governamentais em todo o mundo, pedindo aos governos que se posicionem”, diz o texto.

ABC, Newsweek e S&P Global também repercutiram os primeiros dias (frustrantes) de negociações para o tratado contra a poluição por plásticos.

  • Em tempo: Enquanto os países batem a cabeça em Genebra, os principais compradores de embalagens plásticas estão atrasados em suas metas de aumento do conteúdo reciclado, e alguns estão reduzindo essas metas, como a Coca-Cola e a Pepsi, observou a BloombergNEF em um relatório divulgado em 31 de julho. Ambas se comprometeram a usar 50% de material reciclado em suas embalagens até 2030. Agora, a Coca-Cola tem como meta pelo menos 35% até 2035, enquanto a Pepsi pretende atingir um mínimo de 40% até o mesmo ano, informa a Bloomberg.

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