Bombeiros na Espanha, Portugal, Grécia, Turquia e Mediterrâneo têm trabalhado duro para conter os incêndios florestais que atingem o continente europeu nesse verão. O desequilíbrio ambiental é alimentado por temperaturas acima dos 40°C, ventos fortes, tempo seco e o contínuo uso de combustíveis fósseis.
De acordo com o observatório climático europeu Copernicus, a Europa está aquecendo mais rápido do que qualquer outro continente. “Estamos sendo cozidos vivos, isso não pode continuar”, disse o prefeito de Vial Real (cidade a 380 km de Lisboa), Alexandre Favaios, enquanto as autoridades combatiam três grandes incêndios na 3ª feira (12/08). O país – junto com Espanha – tem sofrido com numerosos incêndios florestais.
Em Portugal, mais de 700 bombeiros trabalhavam para controlar um incêndio em Trancoso, famoso ponto turístico com preservado centro histórico, informa a Associated Press. A 132 km de distância, a cidade de Favaios, conhecida pelo seu vinho, tem pedido mais ajuda ao governo. “Faz 10 dias que nossa população está em pânico, sem saber quando o fogo baterá à sua porta”, disse o prefeito à emissora RTP.
No país vizinho, bombeiros espanhóis e mais de 1.200 soldados do exército combateram 32 incêndios em regiões como Castela e Leão, Castela-La Mancha, Andaluzia e Galícia. Milhares de moradores e turistas precisaram evacuar casas e hotéis. Trens foram interrompidos e, na região leste da Catalunha, a morte de um trabalhador de 61 anos é investigada com causa relacionada ao estresse térmico enquanto colhia frutas, relata a Reuters.
Na Turquia um incêndio se espalhou rapidamente devido aos ventos fortes e forçou a evacuação de quase 2.900 moradores – alguns por mar. Cerca de 77 pessoas foram hospitalizadas devido à exposição à fumaça. A Bloomberg informa que os incêndios florestais também levaram ao fechamento do Estreito de Dardanelos por algumas horas na 2ªfeira (11/08). O estreito é, ironicamente, um ponto marítimo vital para petróleo e gás do Mar Negro e da Ásia Central.
A maioria das regiões do centro e do sul da França estão sendo monitoradas devido ao alto risco de incêndios florestais, após um incêndio mortal na semana passada na região de Aude. O calor acima dos 40oC mantém ativo o fogo, mas autoridades dizem que ele está “sob controle”.
As altas temperaturas fizeram autoridades suspenderem obras ao ar livre do meio-dia às 22h no departamento do Rhône, onde a temperatura chegou a 40°C, informa o Le Monde. Foram proibidos também eventos ao ar livre. Os hospitais estão se preparando para a segunda onda de calor do país em apenas algumas semanas, informa a Ministra da Saúde da França.
Na Itália, uma criança morreu de insolação na 2ª feira. Reino Unido, Albânia, Croácia, Sérvia, Romênia e Montenegro também têm lutado contra as altas temperaturas e incêndios florestais. Segundo estimativas do Copernicus, quase 1.600 incêndios florestais foram registrados em toda a União Europeia esse ano.
NY Times, Guardian, Independent, BBC, Sky News também falaram sobre o assunto.
Em tempo: A crise climática está provocando um aumento acentuado nos casos de dengue nas ilhas do Pacífico - Fiji, Samoa e Tonga estão entre as mais afetadas. As infecções atingiram o nível mais alto em uma década e vários países declararam estado de emergência. Foram 16.502 casos confirmados e 17 mortes desde o início de 2025. O Guardian detalha a história.
