Depois de 40 anos, maior iceberg do mundo começa a derreter na Antártica

Gigante de gelo perdeu metade do tamanho original e deve deixar de ser rastreável nas próximas semanas.
3 de setembro de 2025
iceberg derreter antártica
Pierre Markuse/Wikimedia Commons

Por décadas, o iceberg A23a, localizado na Antártica, ficou conhecido como o maior do mundo. No entanto, ao que tudo indica, ele está com seus dias contados. De acordo com cientistas do British Antarctic Survey (BAS), o “megaberg” de quase 40 anos entrou em ritmo acelerado de perda de massa e agora possui metade do seu tamanho original, segundo o Guardian.

Segundo análises do observatório europeu Copernicus, o A23a está com 1.770 km² e perdeu, nas últimas semanas, pedaços enormes com cerca de 400 km² – a fragmentação dramática se dá por conta das águas quentes. Andrew Meijers, oceanógrafo físico do BAS, espera que nas próximas semanas o iceberg não seja mais identificável.

O A23a se desprendeu da plataforma antártica em 1986 e ficou encalhado no Mar de Weddell por mais de 30 anos, lembram Independent e AFP. Em 2020, ele escapou e foi carregado pela Corrente Circumpolar Antártica, também conhecida como “avenida dos iceberg”, até o Oceano Atlântico Sul. Segundo os cientistas, assim que os icebergs deixam a área de proteção gelada da Antártica, eles estão “condenados”.

O desprendimento de icebergs é um processo natural, mas tem avançado devido às mudanças climáticas. “O encalhe e a enorme liberação de água doce fria provavelmente tiveram um grande impacto nos organismos do fundo do mar e nas águas circundantes. É importante entender esses impactos”, disse o porta-voz do BAS à CNN.

A notícia sobre o derretimento do A23a também foi destaque no Daily Mail, Folha, g1 e O Globo.

  • Em tempo: Um estudo publicado na revista Communications Earth and Environment concluiu que uma geleira no Tajiquistão, considerada uma das mais resilientes aos efeitos da mudança do clima, atingiu seu ponto de inflexão em 2018. Desde então, ela vem apresentando condições de deterioração, o que pode ameaçar a segurança hídrica a longo prazo de dezenas de milhões de pessoas. Os pesquisadores pedem maior monitoramento das geleiras, que são essenciais para a subsistência humana e os ecossistemas da região, contam Bloomberg e Phys.

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