A Polícia Federal (PF) destruiu 14 bunkers (esconderijos subterrâneos) em ação na Terra Indígena (TI) Sararé, em Mato Grosso, na última 6ª feira (3/10). Esses esconderijos serviam de depósito para equipamentos ilegais, como armas, e estoque de alimentos do garimpo ilegal, que mantém relação com o Comando Vermelho na região. A ação faz parte de uma operação que se iniciou em 1º de agosto.
Em nota, o governo federal afirmou que os abrigos “são feitos sob os acampamentos e próximos dos locais de funcionamento das atividades ilegais. Esses esconderijos facilitam a rápida desmobilização e guarda de insumos diversos, equipamentos e armamentos evitando que sejam localizados, aprendidos ou destruídos durante as ações de fiscalização”.
As equipes chegaram a entrar diversas vezes em conflito com os criminosos. No último dia 28, os agentes foram alvejados enquanto avançavam numa área para desativar estruturas e aprender equipamentos. Dois suspeitos, um homem e uma mulher, foram feridos, receberam atendimento de primeiros socorros no local e foram enviados pelo helicóptero do IBAMA para atendimento em Pontes e Lacerda (MT). Os suspeitos estão fora de perigo, informa a Revista Cenarium.
Em três dias de operação, os agentes destruíram 42 motores estacionários, três escavadeiras hidráulicas, um quadriciclo, duas caminhonetes, 13 motobombas, 18 motores geradores, três motosserras, oito motocicletas, 14 bunkers com equipamentos e insumos diversos, 101 acampamentos, sete armas de fogo e grande quantidade de explosivos (emulsões, nitropenta e espoletas), relatam Brasil de Fato e Cenário MT. Quatro minas subterrâneas de exploração de ouro de filão também foram demolidas.
A logística de transporte também foi comprometida: foram destruídos mais de 83 mil litros de óleo diesel, 150 litros de gasolina, 67 geradores e 600 metros de mangueiras de sucção.
Dos 67 mil hectares da TI Sararé, mais de três mil já foram devastados pela exploração ilegal de ouro, conta o g1. Os agentes suspeitam que existam cerca de dois mil garimpeiros e membros de organizações criminosas dentro do território.
A TI Sararé se tornou uma das mais devastadas pela exploração ilegal de ouro, que se intensificou nos últimos dois anos com a presença de integrantes do Comando Vermelho. Parte do grupo também é investigada pela destruição provocada na TI Yanomami, em Roraima.
CNN Brasil, Agência Infra e HNT também repercutiram a ação.
