
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou um relatório na 2ª feira (20/10) advertindo para as lacunas de redes globais de monitoramento e previsão de desastres climáticos. Segundo a agência da ONU, quase metade dos países não possui sistemas de alerta para eventos extremos, o que deixa milhões de pessoas vulneráveis, em especial em países em desenvolvimento.
Em reunião em Genebra, a OMM afirmou que os eventos climáticos extremos foram responsáveis pela morte de mais de 2 milhões de pessoas nas últimas cinco décadas. Desse total de óbitos, 90% ocorreram em países em desenvolvimento, informa a Reuters.
O número de países com sistemas de alerta a desastres dobrou em três anos, para 119, o que mostra que houve progressos. No entanto, uma avaliação da OMM em 62 nações identificou que metade dos sistemas possui apenas capacidade básica, e 16% têm menos do que a capacidade básica.
As mortes por desastres climáticos são seis vezes maiores em países com sistemas limitados de alertas a desastres ambientais. Já o número de pessoas afetadas é quatro vezes maior em países despreparados, detalha a Al Jazeera.
O documento destaca a vulnerabilidade de países em contextos frágeis, afetados por conflitos e violência. “Alerta precoce significa ação precoce. Nosso objetivo não é apenas alertar o mundo, mas também fortalecê-lo”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.
Como exemplo positivo do serviço, Celeste lembrou que o monitoramento regular de uma geleira permitiu que cientistas alertassem sobre seu colapso em maio de 2025. Assim, habitantes de uma vila suíça foram evacuados com segurança.
Em tempo: Entre 28 e 31 de outubro, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) sedia a Reunião Presencial do Comitê Permanente sobre Redução de Risco de Desastres e Serviços de Alerta Precoce (SC-DRR) da OMM, em São José dos Campos (SP). O encontro reunirá especialistas e representantes de países membros da OMM para tratar sobre o fortalecimento dos sistemas de alerta precoce multirrisco; regulamentação técnica voltada à prestação de serviços de alerta e apresentar resultados de grupos de especialistas e forças-tarefas.



