
Os “Países Menos Desenvolvidos” (LDCs, na sigla em Inglês) são nações de baixa renda que integram a ONU e enfrentam graves obstáculos estruturais ao desenvolvimento sustentável. Com uma dívida externa que soma mais de US$ 1 trilhão, essas nações são altamente vulneráveis a choques econômicos e ambientais e têm baixos níveis de ativos humanos.
Há 44 países nesse grupo, que é revisado a cada três anos. Dentre eles, 15 precisam de US$ 406,4 bilhões para cobrir custos com adaptação climática. O valor foi calculado pela Folha, com base no relatório da Convenção da ONU sobre o Clima (UNFCCC) divulgado ontem (21/10).
O relatório será um dos pilares para as discussões da COP30, que tem como uma de suas missões definir indicadores globais para a área de adaptação. Ele se baseia nos planos nacionais de adaptação (NAPs, sigla em Inglês) de cada país. Os NAPs não têm um padrão temporal, mas refletem a necessidade expressa por cada nação para se adaptarem às mudanças climáticas. Dados que são compilados e analisados pela UNFCCC.
O debate sobre adaptação ganhou mais destaque com o aumento da gravidade e da frequência de eventos climáticos extremos. Embora seja uma área que demande recursos com viés preventivo, evitando tragédias humanas e prejuízos materiais, é a com maior lacuna de investimento, calculado pela ONU em US$ 359 bilhões.
Por isso, o relatório ressalta que, mais do que planos, é necessário impulsionar as formas de financiamento para adaptação. “Antes deste relatório tínhamos dois desafios em adaptação: direção e velocidade. Agora é apenas um: a direção está certa, mas temos uma séria necessidade de velocidade. Temos que acelerar o passo. O que nos leva à COP30, quando as nações precisam corresponder”, afirma o secretário-executivo da UNFCCC, Simon Stiell.



