Custo para concluir Angra 3 e tarifa da termonuclear sobem, mostra o BNDES

Valor para concluir usina subiu R$ 900 milhões, enquanto tarifa da eletricidade passou para até R$ 817 por megawatt-hora, segundo o banco.
6 de novembro de 2025
Angra 3
Divulgação Eletrobras

O BNDES atualizou o estudo que fez sobre a conclusão da usina termonuclear de Angra 3, no sul do Rio de Janeiro, de 1.405 megawatts (MW). Os novos números do banco de fomento mostram aumento tanto da cifra para terminar as obras da planta como da energia elétrica a ser gerada pelo projeto.

O custo atual para concluir Angra 3 é de R$ 23,9 bilhões, informam Money Times, Brasil Energia, Economia em Pauta e Valor. São R$ 900 milhões a mais do que o projetado na 1ª versão do estudo sobre a viabilidade técnica, econômica e jurídica feito pelo BNDES para a Eletronuclear, responsável pelo projeto, em setembro de 2024. Um aumento de 3,9% sobre o valor original.

Naquela época, o banco ainda indicou que seriam necessários R$ 21 bilhões para “enterrar” Angra 3 de vez e encerrar o projeto. Agora, a atualização do BNDES criou uma faixa para o custo do abandono, entre R$ 21,9 bilhões e R$ 25,97 bilhões, de acordo com o banco. Ou seja, valores de 4,3% a 24% maiores que os anteriores.

A elevação do custo de abandono poderia animar os defensores do projeto, como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. No entanto, a Folha destaca que a eletricidade a ser gerada por Angra 3 também subiu. Se antes o BNDES projetou uma tarifa de R$ 653,51 por megawatt-hora (MWh), a projeção da tarifa subiu para um intervalo de R$ 778,86 a R$ 817,27 por MWh – de 19,18% a 25% mais cara.

A compra de energia nuclear no Brasil é mandatória. Outras fontes, como eólica, solar, hídrica, gás fóssil e carvão, concorrem em leilões centralizados feitos pelo governo, que contratam pelo menor preço ofertado. Se Angra 3 for concluída, sua energia será obrigatoriamente contratada, independentemente do valor da tarifa. É dor certa no bolso do consumidor.

A decisão sobre a conclusão (ou não) das obras de Angra 3 deverá ser tomada ainda este ano pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Só falta o colegiado imitar o Congresso Nacional e esperar o fim da COP30 para aprovar um projeto cheio de risco ambiental. Além de ser uma eletricidade desnecessária para um Brasil rico em fontes renováveis.

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