
O secretário-geral da Convenção do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, decidiu cobrar o governo brasileiro e a presidência da COP30 tanto pela infraestrutura montada para receber a conferência do clima como por segurança. Em carta enviada ao ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e ao presidente da conferência, André Corrêa do Lago, Stiell exigiu o desenvolvimento de um plano para resolver falhas de segurança, temperaturas elevadas, alagamentos e outras condições precárias na conferência.
Os pedidos foram feitos após manifestantes quase conseguirem entrar na Zona Azul, área onde acontecem as negociações diplomáticas e acessível apenas a pessoas credenciadas, na noite de 3ª feira (11/11), informa a Folha. Na carta, Stiell também reclamou do calor — participantes disseram que os aparelhos de ar-condicionado não estavam dando vazão — e dos alagamentos provocados pelas chuvas, detalha a Sumaúma. Segundo o secretário da UNFCCC, a entrada de água nas instalações elétricas provoca riscos aos participantes.
O maior incômodo de Stiell é com a segurança. Segundo a Bloomberg, o secretário disse ter ouvido que a Polícia Federal foi instruída pela Casa Civil a não intervir para dispersar os manifestantes na noite de anteontem. Ele ainda descreveu outras vulnerabilidades, incluindo portas sem segurança, efetivo de segurança inadequado e nenhuma garantia de que as autoridades federais e estaduais responderiam a intrusões, apesar dos acordos com o Brasil.
Stiell disse que as forças policiais deveriam ter impedido que os manifestantes se aproximassem da Zona Azul, uma área sob controle da ONU. E que o reforço de segurança prometido para as 6 horas da manhã de 4ª feira não foi feito. Na tarde de ontem, a segurança na Zona Azul estava muito mais reforçada do que nos dias anteriores. Homens do Exército guardavam a frente do prédio, e havia revista pessoal com detectores de metal.
Apesar de Stiell ter incluído a presidência da conferência no envio da carta, toda a parte de infraestrutura e segurança é de responsabilidade da Secretaria da COP30 (Secop). Que, por sua vez, é vinculada à pasta de Rui Costa.



