Com 5º La Niña em seis anos, clima extremo gera perda de bilhões e deixa Brasil em alerta

Intensificação de secas e chuvas torrenciais provocadas pelo fenômeno nos últimos anos causaram perdas globais que chegam a R$ 1,8 trilhão.
16 de dezembro de 2025
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PxHere

O boletim mais recente da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) aponta que La Niña deve persistir durante o verão 2025/26 no Hemisfério Sul. É o 5º fenômeno do tipo em seis anos, o que mostra uma ocorrência maior do evento em comparação ao El Niño nos últimos 25 anos.

Esse ritmo incomum cobra seu preço. Nos últimos anos de La Niña, as perdas globais variaram de US$ 258 bilhões (1,4 trilhão) a US$ 329 bilhões (R$ 1,8 trilhão), segundo a AON, corretora de resseguros e empresa de análise de dados. Apesar das oscilações anuais nos danos, a trajetória geral é inegável: eventos climáticos extremos estão elevando as perdas, destaca a Bloomberg.

Em certas regiões, La Niña provoca secas prolongadas, como na Califórnia e no Sul do Brasil. Em outras, há chuvas em excesso. É o caso recente dos ciclones tropicais e temporais no sudeste asiático, que mataram mais de 1.600 pessoas e causaram prejuízo de pelo menos US$ 20 bilhões (R$ 109 bilhões).

No norte dos Estados Unidos, na China e no Japão, as temperaturas ficam mais frias, elevando o consumo de combustíveis fósseis – e, assim, agravando ainda mais as mudanças climáticas. Sem falar no aumento do risco de sobrecarga de concessionárias de energia, informa a Folha.

Outro setor diretamente atingido é a agricultura. La Niña é associada à redução de produtividade de milho, arroz e trigo. E também da soja, da qual o Brasil é um dos maiores produtores do planeta.

O país já está atento aos sinais de redução de chuva no sul. Por ora, apesar do plantio de soja estar um pouco atrasado, o cenário não é preocupante, pois não há indícios de períodos de seca com duração superior a 20 dias.

O efeito mais evidente de La Niña no Brasil será a manutenção das chuvas no Sudeste e no Centro-Oeste, ressalta o Canal Rural. Um cenário que ao menos beneficia produtores dessas regiões que precisaram replantar milho, algodão e soja.

Cientistas ainda estão estudando os motivos da extensão de La Niña. O fenômeno é caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial, o que impacta na circulação da atmosfera e afeta o clima em várias regiões do planeta ao mesmo tempo, explicam Veja e Bloomberg Línea.

  • Em tempo: A COP30 deixou claro que o Brasil não pode mais repetir ciclos de desenvolvimento excludentes e precisa transformar a transição climática em um projeto de nação, baseado em dignidade, cuidado e regeneração, avaliam Victoriana Gonzaga, advogada de direito internacional e Direitos Humanos, e Caio Magri, diretor presidente do Instituto Ethos. "A transição climática já reorganiza tudo: padrões de produção, fluxos de investimento, cadeias globais e relações comerciais. Não se trata mais de um setor da economia - é a economia inteira. Se o Brasil encara essa transição apenas como ‘agenda ambiental’, desperdiça seu maior trunfo estratégico: usar a descarbonização como motor de desenvolvimento econômico e social, capaz de gerar inovação, requalificação, produtividade e, sobretudo, trabalho decente", destacam na Época Negócios.

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