
Depois de cortar em 20% a previsão de investimentos em transição energética até 2030, a Petrobras, enfim, anunciou um negócio em energia que não envolve petróleo nem gás fóssil. A estatal anunciou a criação de uma joint venture com a LightSource bp no Brasil, por meio da qual assumirá 49,99% da subsidiária do braço de renováveis da petrolífera britânica BP.
O valor da operação não foi revelado. Na prática, o negócio dá à Petrobras quase metade do Complexo Solar Milagres, em operação em Abaiara, no Ceará, com capacidade de 212 megawatts-pico (MWp), um projeto considerado pequeno pelos padrões do mercado, destaca a Agência iNFRA.
A LightSource desenvolve, financia e opera projetos solares em mais de uma dúzia de países, com foco crescente no armazenamento de energia em baterias em grande escala. No Brasil, além de Milagres, a britânica tem projetos em estágio mais avançado de desenvolvimento que somam entre 1,0 e 1,5 gigawatts-pico (GWp) de potência, informa O Globo.
Segundo a Petrobras, a parceria permitirá à empresa ampliar sua atuação no segmento de geração renovável de eletricidade, destaca a Eixos. A estatal já vem desenvolvendo projetos de plantas solares em suas unidades de refino. Atualmente, a companhia pretende instalar 56 MWp até 2027, dos quais 10 MWp já estão instalados na Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Betim (MG).
Em uma conta simples, somando suas participações na usina solar de Milagres, em todos os projetos renováveis da LightSource bp em desenvolvimento — se todos saírem mesmo do papel — e no que planeja de plantas solares em suas unidades até 2027, a Petrobras somaria pouco mais de 910 MWp em capacidade renovável de geração elétrica. É menos de 20% do parque gerador atual da petrolífera, movido a combustíveis fósseis, que soma 5.300 MW de capacidade instalada. E isto considerando a potência de pico das instalações solares.
Tudo indica que a parceria com a LightSource bp é o anúncio que a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, informou que seria feito até o fim do ano e que “não seria greenwashing”. Mas, nesse ritmo de investimento em renováveis, não haverá um mapa do caminho para além dos combustíveis fósseis que dê jeito.Click Petróleo e Gás, BN Americas, Brasil 247, Money Times, Investing.com e Bloomberg Línea também noticiaram a joint venture renovável da Petrobras.



