A Eletronuclear, estatal encarregada de construir e operar usinas nucleares, quer retomar a construção de Angra 3 antes mesmo de encontrar um parceiro privado que aporte os recursos. Desde o começo deste governo, anuncia-se que será definido um novo modelo de negócio que permita atrair parceiros internacionais que trarão tecnologia e recursos. Para adiantar o expediente, Leonam Guimarães, presidente da Eletronuclear, quer investir R$ 2,8 bilhões em recursos da própria Eletrobras. O ministro almirante, Bento Albuquerque, disse que o decreto da privatização da Eletrobras sai agora, no começo do mês. A notícia saiu no Canal Energia.
O governo volta e meia acena com a construção de mais usinas nucleares ao custo de dezenas de bilhões de dólares. Um dos locais citados é Itacuruba, às margens do Rio São Francisco. O Velho Chico sofreu uma crise histórica e os dados mostram que sua vazão não só é baixa, como a tendência é não melhorar. Naquele município fica o início do Canal Leste da megaobra da transposição das águas do Velho Chico. Se instaladas, as usinas acabarão roubando água da maior transposição já construída no Brasil. Tecnicamente, o melhor local para a instalação de uma central térmica, nucleares incluídas, fica nas proximidades de centros consumidores e de fontes seguras de água para a refrigeração dos circuitos. Itacuruba tem o privilégio de não atender a nenhuma destas condições. A notícia saiu na epbr e os comentários são nossos.
O Canal Energia também informou que o governo quer retomar os estudos de aproveitamentos hidrelétricos nos Sudeste e Centro-Oeste de estimados 15 GW de capacidade (Itaipu tem 14 GW). E deixar o complexo Tapajós para outro dia.
ClimaInfo, 30 de setembro de 2019.
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