Investimento externo depende de agenda positiva para meio ambiente

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Em live promovida pelo Valor nesta 2ª feira (19/8), os presidentes das filiais brasileiras da Microsoft, Tânia Consentino, e da Alcoa, Otavio Carvalheira, ressaltaram que a retomada da economia no pós-pandemia depende da atração de capitais externos, o que está vinculado, no caso brasileiro, a uma agenda ambiental positiva por parte do governo.

Para os executivos, que assinaram uma carta de lideranças empresariais do Brasil e do exterior no mês passado, cobrando do governo Bolsonaro providências urgentes contra o desmatamento ilegal na Amazônia, o Brasil não pode relativizar essa questão nem perder tempo com polêmicas vazias.

“É preciso desmistificar [o debate sobre meio ambiente], não é coisa de direita ou esquerda, ONG ou empresa privada. As pessoas colocam soberania nacional no meio da discussão ambiental e isso confunde a população”, disse Consentino. Ela também afirmou que o Brasil pode ter vantagens em um mercado internacional de carbono e enxerga a captura de carbono pela floresta como uma nova commodity que o país poderá negociar no exterior.

A mobilização do mercado financeiro e da iniciativa privada em favor do meio ambiente no Brasil segue ganhando impulso. No Estadão, Fernanda Nunes destacou que fundos de investimento, ainda de pequeno e médio portes, têm se aliado a grandes empresas para pressionar o poder público contra o desmatamento na Amazônia. Além disso, novas conversas estão sendo programadas entre executivos e empresários com representantes do governo federal para acompanhar a evolução da situação ambiental do país. O objetivo é manter a pressão sobre Brasília, que ainda falha em oferecer ações mais concretas para resolver o problema.

Como bem pontuou Míriam Leitão na CBN, mesmo depois de promessas de ação contra a devastação ambiental, o governo Bolsonaro segue agindo contra a proteção do meio ambiente. “Mourão tem aberto canais de diálogo, mas o Conselho da Amazônia não é efetivo. Há uma diferença entre as palavras e os gestos. A política ambiental não mudou, pelo contrário”.

 

ClimaInfo, 11 de agosto de 2020.

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