Ativistas climáticos pressionam acionistas por demissão de CEO da Chevron

28 de março de 2022
Chevron investidores ativistas
REUTERS/Brendan McDermid

A timidez dos esforços e dos objetivos climáticos da Chevron está mobilizando investidores-ativistas para derrubar dois executivos da petroleira norte-americana. De acordo com a Quartz, o grupo Majority Action pediu a remoção do CEO da empresa, Michael Wirth, e do diretor Ronald Sugar, sob a justificativa de que eles não estariam plenamente engajados com esforços de descarbonização.

A ideia é repetir na Chevron o que aconteceu na ExxonMobil no ano passado, quando ativistas conseguiram articular junto com outros acionistas da empresa a substituição de três membros do conselho de administração por nomes mais sensíveis à questão climática. No ano passado, a Chevron se comprometeu a reduzir as emissões por unidade de energia em 5% até 2028, sem estabelecer um plano ou ações de longo prazo. Para os ativistas, a promessa da empresa está aquém daquilo sinalizado por outras gigantes do Big Oil, como Shell e BP.

Por falar em BP, a Bloomberg destacou dados de um relatório da Global Climate Insights (GCI) que mostrou que as metas de mitigação adotadas pela empresa representam menos de ⅕ do total de suas emissões. Há dois anos, a petroleira britânica prometeu atingir a neutralidade líquida de suas emissões de carbono até 2050. No entanto, de acordo com a análise, os produtos de petróleo e gás representarão mais de 90% das vendas da empresa até o final desta década, o que sinaliza a insustentabilidade da meta net-zero. “Estamos vendo uma tendência no setor em que as estratégias net-zero são completamente desvinculadas das estratégias e dos resultados reais dos negócios”, observou Shu Ling Liauw, analista-chefe da GCI.

Ao mesmo tempo, a Total anunciou na semana passada um plano para reduzir suas emissões de metano em 80% até 2030. Além disso, a petroleira francesa prometeu cortar as emissões de escopo 3 (relacionadas aos fornecedores e clientes da empresa) em mais de 30% até 2030 em relação a 2015. No entanto, o grupo ativista Follow This, que atua entre os acionistas da empresa, rejeitou a proposta, argumentando que ela ainda está aquém dos objetivos internacionais sob o Acordo de Paris. Bloomberg e Reuters deram mais informações.

 

ClimaInfo, 29 de março de 2022.

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