As florestas do mundo oferecem uma oportunidade única para que a humanidade supere as diversas crises que a afligem atualmente. No entanto, a intensificação da devastação ambiental, associada com a mudança do clima, coloca em risco o futuro dessas áreas e, por consequência, o potencial positivo delas para a vida humana. O alerta é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que lançou nesta 2ª feira (2/5) seu relatório sobre a situação das florestas do mundo. Ainda há chances de se aproveitar essa oportunidade, mas isso passa fundamentalmente por três tarefas urgentes: interromper o desmatamento, restaurar as áreas degradadas e expandir as agroflorestas e o uso sustentável de florestas na economia.
“A busca equilibrada e simultânea desses caminhos pode ajudar a enfrentar as crises que ameaçam as pessoas e o planeta, ao mesmo tempo em que gera benefícios econômicos sustentáveis, especial em comunidades rurais – muitas delas, remotas”, observou o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu. O relatório ressalta que essas tarefas exigem uma abordagem holística de ação, associando combate à pobreza, mitigação e adaptação climática, e proteção da biodiversidade e da saúde humana.
De acordo com a análise, a interrupção do desmatamento em todo o mundo poderia evitar a emissão de cerca de 3,6 gigatoneladas (Gt) de dióxido de carbono equivalentes (CO2e) por ano entre 2020 e 2050, incluindo cerca de 14% do que é necessário até 2030 para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C. Já a restauração de 1,5 bilhão de hectares de terras degradadas e o aumento da cobertura arbórea poderia aumentar a produtividade agrícola em mais de 1 bilhão de hectares, retirando até 1,5 GtCO2e por ano até 2050. Além disso, a construção de cadeias de valor verde que apoiem a floresta em pé ajudaria a atender à demanda futura por materiais, além de viabilizar economias sustentáveis com mais oportunidades de emprego e meios de subsistência mais seguros.
O UOL destacou as principais conclusões do relatório da FAO sobre o estado das florestas globais.
ClimaInfo, 3 de maio de 2022.
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