
O Brasil está próximo de atingir 1 GWh de capacidade instalada em sistemas de armazenamento de energia com baterias (BESS, na sigla em Inglês) em 2025, solução considerada crucial para dar mais segurança de fornecimento a fontes renováveis como eólica e solar. Desse total, 70% está concentrado em sistemas isolados, não conectados à rede elétrica básica.
Atualmente, a capacidade instalada de BESS no Brasil é de 685 MWh. Apenas 10% desse total são usados em projetos de geração centralizada, e 7,5% em aplicações comerciais e industriais, detalhou o Megawhat, em matéria reproduzida pela Folha. Em 2024, foram adicionados 269 MWh ao sistema nacional, um aumento de 29% em relação ao ano anterior.
Apesar do avanço, dados da consultoria Greener indicam que o armazenamento em baterias ainda enfrenta uma elevada carga tributária. Os tributos respondem por cerca de 79% do custo total de adesão.
Para Marcio Takata, CEO da Greener, a expansão dos BESS é impulsionada pela busca por maior confiabilidade, redução de perdas e diminuição de custos com energia. “As aplicações residenciais, por exemplo, devem evoluir de maneira significativa nos próximos anos, com uma curva de redução de custos semelhante à observada no mercado fotovoltaico brasileiro”, pontuou.
Apesar do destaque em áreas sem conexão com a rede, Takata frisou que o BESS também ganha espaço em aplicações ligadas à rede elétrica, voltadas à ampliação da flexibilidade no sistema de transmissão e distribuição. A estimativa da consultoria é de que o mercado de armazenamento junto ao consumidor movimente mais de R$ 22,5 bilhões em investimentos até 2030.
O armazenamento elétrico em baterias será fundamental para que a geração por fontes renováveis continue em expansão no Brasil a partir da próxima década, avalia a Wood Mackenzie. A partir de 2032, segundo a consultoria, o armazenamento será essencial para evitar perdas e garantir o aproveitamento de toda a energia gerada, ainda mais quando combinado ao desenvolvimento da tecnologia que ajude a ampliar a duração das cargas, destaca o UOL.
O governo previu para junho a realização do 1º leilão para contratar sistemas de armazenamento de energia de forma centralizada, mas o certame foi adiado e ainda não tem nova data. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), o ineditismo da contratação e o calendário deste ano repleto de leilões na área de energia – inclusive de energia de reserva provida por termelétricas que poderiam ser substituídas por baterias – levaram o evento para a segunda metade do ano.



