
Empregadores precisam criar planos para proteger seus funcionários contra o estresse térmico, alerta novo relatório da ONU sobre os riscos do calor extremo sobre a saúde de trabalhadores. O documento se baseia em cinco décadas de estudos e aponta que calor extremo não está mais restrito aos trópicos, chegando a atingir cerca de metade da população mundial.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou 2024 como o ano mais quente já registrado, com temperaturas 1,55oC acima das pré-industriais. Com dias de máximas acima de 40oC se tornando comuns, trabalhadores manuais, em especial nos setores como agricultura, construção e pesca estão particularmente em risco.
A produtividade dos trabalhadores cai de 2% a 3% para cada grau acima de 20oC, destacam ONU, Financial Times e Bloomberg. O calor extremo pode causar diversos impactos na saúde, como insolação, desidratação, disfunção renal e distúrbios neurológicos, comprometendo a qualidade de vida e segurança econômica.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 2 bilhões de trabalhadores estão expostos ao calor excessivo, resultando em 22 milhões de acidentes de trabalho a cada ano. “Ninguém deveria correr o risco de ter insuficiência renal ou colapso apenas para ganhar a vida”, disse Rüdiger Krech, diretor interino de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS.
Para Ko Barrett, Secretário-Geral Adjunto da OMM, a proteção dos trabalhadores contra o calor extremo não é apenas um imperativo de saúde, mas também uma necessidade econômica. O relatório traz diversas recomendações, como o desenvolvimento de políticas de saúde relacionadas ao calor, com planos personalizados de acordo com o padrão climático local.
A educação e a conscientização de socorristas, profissionais de saúde, empregadores e trabalhadores é outro ponto fundamental, pois os sintomas de estresse térmico são frequentemente diagnosticados erroneamente.
O relatório também recomenda cuidado especial com as populações mais vulneráveis e abraçar inovações tecnológicas que ajudem a proteger a saúde e manter a produtividade.Reuters, Climate Home, Bloomberg Law, BBC, The Globe and Mail e POLITICO também noticiaram o relatório.



