
A América Latina é a região do planeta onde defender o meio ambiente e o clima tem maior risco de ser uma sentença de morte. Em 2024, 117 dos 146 ativistas mortos e desaparecidos em todo o mundo em 2024 (80%) viviam em países latino-americanos, mostra um relatório lançado pela Global Witness ontem (17/9).
O Brasil foi o 4º país mais mortal para ativistas ambientais no ano passado, com 12 mortes dentre as 142 registradas. Apesar da queda sobre 2023, quando houve 25 mortes, o documento ressalta que 2024 registrou mais ameaças de morte, tentativas de intimidação ou de homicídio, destaca a Deutsche Welle.
“Metade dos mortos (no Brasil) eram pequenos agricultores. Quatro indígenas foram assassinados, assim como um ativista negro”, explica o relatório “Roots of resistance: Documenting the global struggles of defenders protecting land and environmental rights”.
Pelo 3º ano consecutivo, a Colômbia liderou o ranking mundial de assassinatos de ativistas ambientais, com 48 mortes. Em seguida vem a Guatemala, onde 20 defensores foram mortos no último ano, ante quatro mortes em 2023, e México, com 18 mortos, informa a Folha. Já os quatro ativistas desaparecidos no ano passado eram de Chile, Honduras, México e Filipinas, segundo o All Africa.
Mais uma vez, os Povos Indígenas foram as maiores vítimas da violência contra defensores do meio ambiente e do clima. Cerca de um terço dos ataques letais foram a indígenas, apesar de constituírem apenas 6% da população global.
Apresentado a pouco menos de dois meses da COP30, em Belém, o estudo destaca uma questão na pauta da Conferência do Clima, na avaliação do El País: como podemos evitar um êxodo de ativistas? Sobretudo porque a região mais letal para defensores do meio ambiente e do clima é uma das que mais precisam de ações para preservação.
“Em um contexto dominado pelo uso desenfreado de recursos, pressões crescentes sobre o meio ambiente e a oportunidade cada vez menor de limitar o aquecimento global, aqueles que defendem o meio ambiente e a terra são tratados como se fossem um verdadeiro incômodo, em vez de canários em uma mina de carvão prestes a explodir”, lamentou a assessora sênior de campanha da Global Witness, Rachel Cox.
Revista Planeta, Observador, GRIST e The Hindu também repercutiram o relatório da Global Witness.



