O cerco aos agrotóxicos

A ministra Tereza Cristina foi convidada por três comissões da Câmara dos Deputados – Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Defesa do Consumidor e Seguridade Social e Família – para explicar o porquê da avalanche de agrotóxicos liberados nos primeiros meses do governo Bolsonaro. Até o final de março, 127 moléculas foram liberadas, das quais doze receberam a classificação de venenos “extremamente tóxicos”, e outras duas estão proibidas na Europa. E a Pública relata o projeto de decreto legislativo que susta os registros liberados neste ano apresentado por Alexandre Padilha. O ex-ministro da saúde quer “fazer um profundo questionamento ao papel da Anvisa, do Ibama e do Ministério da Agricultura. Estão de fato analisando a toxicidade desses produtos?” Por seu lado, a Vigilância Sanitária (Anvisa) está planejando uma limpeza na lista das moléculas venenosas. Segundo matéria do Zero Hora, o alvo são 34 moléculas ‘velhas’, cujos produtos associados nem estão mais à venda. Destes, 30 não são mais comercializados nos EUA e na Europa. Com isto, a lista de agrotóxicos registrados ficaria restrita a “apenas” 500 diferentes venenos.

Em tempo 1: até o fechamento destas notas, a audiência com a ministra Tereza Cristina não havia terminado. Voltaremos amanhã ao assunto.

Em tempo 2: o governo de São Paulo acaba de passar na Assembleia Legislativa uma nova lei que facilita produção, comercialização e uso de agrotóxicos. Entre outras, a lei dispensa do licenciamento ambiental o comércio de agrotóxicos embalados sem especificar o conceito de embalado. Mais informações na matéria da Rede Brasil Atual.

 

ClimaInfo, 10 de abril de 2019.