As usinas térmicas consomem muita água para funcionar. Hidrelétricas, embora não consumam, precisam de água para funcionar. E, no entanto, pouco se sabe sobre o quanto vale a água para a geração de eletricidade no país.
Na semana passada, o Instituto Escolhas lançou um estudo analisando três casos nos quais a falta de um valor correto para a água trouxe consequências que afetaram a vida e o bolso dos brasileiros.
No Ceará, a seca dos últimos anos fez o governo impor uma taxa emergencial pela água, especialmente para duas termelétricas. Elas entraram com recurso na justiça e ganharam o direito de repassar o adicional para a conta de luz de todos os consumidores. Esta conta passou de R$ 148 milhões entre setembro de 2016, quando a taxa começou a ser cobrada, até agosto deste ano. A taxa continuará a ser cobrada até o governo do Ceará decretar que a seca passou.
A mesma forte seca atingiu a bacia do rio São Francisco e, junto com um aumento vertiginoso de retirada de água para a irrigação nos últimos anos, forçou o Operador Nacional do Sistema a controlar a vazão na principal barragem do rio para garantir o abastecimento humano e evitar que o mar enchesse a foz do rio de água salgada.
O terceiro caso é o da polêmica usina de Belo Monte, onde acontece uma disputa constante entre a manutenção de um fluxo de água suficiente na Volta Grande do Xingu para os Povos Indígenas, os ribeirinhos e o ecossistema, ou desviar mais água para a usina. Se a usina gerar menos do que o projetado, trará uma conta estimada em R$ 2 bilhões que, provavelmente, será rateada entre os consumidores.
O estudo, que traz sugestões de como valorar a água, pode ser baixado do site do Escolhas. Fábio Couto, do MegaWhat, escreveu uma matéria interessante sobre o trabalho. O pessoal do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) comentou o evento de lançamento.
ClimaInfo, 2 de dezembro de 2019.
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