ClimaInfo, 7 de novembro de 2017

ClimaInfo mudanças climáticas
COP23

 

CHINA E ÍNDIA NÃO GOSTARAM DO AUMENTO DE AMBIÇÃO PROPOSTO POR FIJI

Fiji propôs um plano pelo qual os países seriam obrigados a estabelecer metas mais ambiciosas em 2020 visando reduzir mais suas emissões. A nação-ilha ocupa a presidência da COP23 e escreveu a proposta junto com o Marrocos, que ocupou a presidência na COP passada. China e Índia não gostaram. Um negociador indiano declarou, anonimamente, que a proposta vai contra o que os países decidiram coletivamente e que “não é esse o mandato que a presidência recebeu da gente. Vamos enfrentá-la assim que as negociações começarem”. A proposta vai testar a vontade que a Convenção do Clima tem em continuar a decidir por consenso ou se novos mecanismos podem entrar no jogo. China e Índia fazem parte dos LMDCs, os Like-Minded Developing Countries, nome que pode ser entendido como países em desenvolvimento com visões alinhadas. O bloco também está colocando pressão para aumentos de ambição, mas sem atropelar os procedimentos decididos pela Convenção.

https://scroll.in/article/856455/bonn-climate-change-talks-fijis-proposal-to-raise-targets-on-cutting-emissions-angers-india-china

 

COP23 ENFRENTARÁ RETORNO DA POLARIZAÇÃO NORTE-SUL, DIZ OBSERVATÓRIO DO CLIMA

Claudio Angelo escreve sobre os primeiros movimentos do jogo na COP, chamando a atenção para a presidência de Fiji que já marcou um tento ao dar o nome de “Diálogo Talanoa”, que representa um processo inclusivo, participativo e transparente para o que, até então, tinha o nome muito pouco animador de “diálogo facilitativo”. É dentro deste “diálogo” que será feita a avaliação das diferenças entre as contribuições prometidas e as reais. A primeira arapuca, segundo o Claudio, é do tamanho do furacão Harvey e foi criado por Trump ao se recusar a contribuir para o Fundo Verde do Clima. De um lado do “diálogo” estão os países em desenvolvimento que não querem que se mexa nas ambições do Acordo e, portanto, nos mecanismos de financiamento e compensação; do outro lado, os países ricos que não querem aumentar a dotação para o Fundo para cobrir o rombo trumpeano. Claudio ainda lembra que “a transição da matriz energética global para longe dos combustíveis fósseis é uma questão de ‘quando’, não de ‘se’. O diabo é que o ‘quando’, no caso, importa mais do que nunca: o último relatório da ONU Meio Ambiente (ex-Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) sobre o fosso entre metas globais e necessidade climática indica que, se a ambição não crescer até 2020, o mundo ficará impossibilitado de estabilizar o clima sem arrebentar a economia”.

http://www.observatoriodoclima.eco.br/cop23-testa-resiliencia-espirito-de-paris/

 

O ESTADO DO CLIMA EM 2017, SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO METEOROLÓGICA MUNDIAL

Nesse primeiro dia de COP23, a OMM (Organização Meteorológica Mundial) divulgou seu relatório sobre o Estado do Clima 2017, condensando em um só volume tudo que aconteceu no ano que ainda não terminou. A destacar do que foi publicado como destaque:

  1. A concentração de gases de efeito estufa aumentou 3,3 ppm em 2016, o maior aumento em 800.000 anos;
  2. A temperatura média global subiu 1,1°C chegando à maior já registrada em anos sem efeitos do El Niño;
  3. Foi a primeira vez que dois furacões da Categoria 4 (Harvey e Irma) atingiram a terra no mesmo ano e, num espaço de um mês; os dois, e também o furacão Maria, atingiram categoria 5;
  4. A extensão de gelo no Ártico e na Antártica permaneceram abaixo de suas médias históricas em vários meses de 2017;
  5. Houve incêndios enormes no Chile – o maior da sua história, duas vezes em Portugal e Espanha, na Itália e na Califórnia. No Brasil houve o maior número de queimadas registradas no mês de setembro, incluindo o que destruiu 25% do Parque da Chapada dos Veadeiros.

No sumário de oito páginas, os principais eventos climáticos foram agrupados em 13 categorias (gases de efeito estufa, temperatura, precipitação, neve e gelo, nível do mar, temperatura dos oceanos, acidificação dos oceanos, furacões e tufões, enchentes, seca, ondas de calor, incêndios de grandes proporções). A lista não traz novidades, mas impressiona pelo volume do conjunto da obra.

O relatório apareceu na mídia do mundo todo.

http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,2017-deve-terminar-entre-os-tres-anos-mais-quentes-do-registro-historico,70002073442

http://www.valor.com.br/internacional/5183473/ano-de-2017-deve-ficar-entre-os-tres-mais-quentes-na-historia-diz-onu

https://public.wmo.int/en/media/press-release/2017-set-be-top-three-hottest-years-record-breaking-extreme-weather

http://ane4bf-datap1.s3-eu-west-1.amazonaws.com/wmocms/s3fs-public/ckeditor/files/2017_provisional_statement_text_-_updated_04Nov2017_1.pdf

https://m.phys.org/news/2017-11-climate-science-bad-news-worse.html

https://www.theguardian.com/environment/2017/nov/06/2017-set-to-be-one-of-top-three-hottest-years-on-record

https://www.nytimes.com/aponline/2017/11/06/world/europe/ap-eu-un-world-weather.html

http://plus.lefigaro.fr/tag/omm

 

BRASIL: FALTAM RECURSOS PARA PROJETOS CONTRA AQUECIMENTO GLOBAL
Em entrevista a O Globo, Everton Lucero, do MMA, diz que o Brasil calculou como deve agir nos próximos anos na questão climática, que os indicadores são conhecidos e os planos de ação foram apresentados, mas que há uma importante restrição: falta dinheiro. Por isso, ele admite que o país pode reivindicar recursos na COP-23, alegando que suas iniciativas, “como a preservação da Amazônia”, beneficiam o mundo inteiro e, portanto, nada seria mais justo do que rachar a conta. Lucero também defende o governo das críticas que atingiram a pasta quando da atualização dos dados do SEEG, que denunciou o aumento das emissões de gases-estufa no país. Lucero lembra que o SEEG avaliou o período entre 2015 e 2016, sendo que “o desmatamento da Amazônia caiu logo depois”. Além disso, ele lembra que o SEEG mostrou uma queda das emissões dos setores de energia e transportes.

https://oglobo.globo.com/sociedade/governo-admite-falta-de-recursos-para-projetos-contra-aquecimento-global-22032502#ixzz4xhTCwrW2

http://seeg.eco.br/

 

ITAIPU É UMA DAS PARCEIRAS CLIMÁTICAS DA COP23

A Itaipu Binacional é a única corporação latino-americana a ser “Parceira Climática” oficial da COP23 e dispor de tempo e espaço no pavilhão da ONU para apresentar seus projetos. A empresa vai falar do papel das hidrelétricas no desenvolvimento sustentável local e, de Serviços Ecossistêmicos e Biodiversidade. Nos últimos anos, a Itaipu tem investido num grande leque de atividades, de carros elétricos a biodigestores de dejetos suínos, além de proteção e recuperação florestal.

Mas é bom lembrar que a empresa foi criada durante a ditadura militar no Brasil e do período Stroessner no Paraguai, e que sua represa de 150 km de comprimento alagou 1.350 km2, incluindo partes do, até então, lindo Parque Nacional das Sete Quedas,  cujas 19 cachoeiras desapareceram debaixo do lago de Itaipu. Lembremos também da legião de atingidos pelas desapropriações da área do lago.

https://cop23.unfccc.int/news/itaipu-un-climate-change-partner-cop23-climate-conference

 

E para além da COP23

 

AINDA MAIS INCENTIVOS ÀS PETROLÍFERAS?

A ‘MP do trilhão’, assim apelidada por abrir mão da arrecadação de estimados R$ 1 trilhão até 2040 em favor das petrolíferas, precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado até 15 de dezembro, para não perder sua validade. A 350.org organizou uma petição contrária à medida. Veja as razões da organização e a petição nos links abaixo.

https://350.org/pt/em-meio-a-cop-temer-quer-aprovar-mais-subsidios-a-industria-fossil/

http://act.350.org/sign/nao-mp-trilhao/

 

A DIFÍCIL SEPARAÇÃO ENTRE O LADO ESCURO E O LADO CLARO DO AGRONEGÓCIO

Um artigo de Luís Fernando Guedes Pinto, do Imaflora, na Folha de São Paulo traz uma tese que repercute cada vez mais em diferentes fóruns – a de que o agronegócio não é o bloco monolítico que a bancada ruralista faz crer. Que o tremendo retrocesso que a bancada promove ao defender o trabalho análogo ao do escravo, a fragilização da legislação ambiental e a destruição de ecossistemas não deve ser apoiado pelo lado mais moderno da nossa agricultura, o que entende que a preservação ambiental é matéria-prima essencial para sua própria atividade.

Em evento recente, o jornalista Marcelo Leite, da mesma Folha, respondendo a uma pergunta sobre como melhorar a imagem do agronegócio brasileiro no exterior, disse candidamente que o problema não estava na imagem, mas sim na agenda política da parte mais retrógrada da classe e que seria necessário um afastamento claro e inequívoco dessa agenda.

Todo dia saem novas investidas do lado escuro do agronegócio. Novamente vem à pauta o arrendamento de terras indígenas, novamente com o argumento de que será bom para os índios. Nesse exato momento em que acontece a COP 23 na Alemanha, a prudência diria que a reunião é uma tremenda caixa de ressonância contra absurdos como esse. A não ser que o governo tenha tomado um estranho gosto por criar fatos e estratégias acerca dos quais, depois, se vê forçado a desmentir e recuar, com o rabo entre as pernas.

http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2017/11/1931971-agro-brasil-seculo-19-ou-21.shtml

https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/11/01/governo-retoma-ideia-de-arrendar-terra-indigena/

 

PRODUTOR RURAL QUER RECEBER POR SERVIÇOS AMBIENTAIS

Vem de vários lados a ideia de que o agricultor deve receber uma recompensa por simplesmente respeitar a lei. A aprovação do Código Florestal, em 2012, foi celebrada como grande vitória do agronegócio sobre as ONGs ambientais. Lá dentro estão as definições das Áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal. De lá para cá, o pessoal do agro esperneia e grita que lhes é proibido usar toda a terra que lhes pertence. Ou que teriam direito a serem remunerados por respeitar a lei e preservar uma parte da propriedade, por exemplo, por meio de um pagamento por serviços ambientais. Há um engano fundamental nesta demanda: a lei está aí (e foi praticamente imposta pelo rolo compressor ruralista no Congresso). Não faz o menor sentido exigir um pagamento para cumprir a lei, posto que ser proprietário de terras é uma opção livre e consciente. Um sistema de pagamentos por serviços ambientais faz sentido apenas para esforços feitos para além da obrigação legal. É como se os associados de uma imaginária ANPCUV (associação nacional dos proprietários de carros ultra velozes) estivessem a exigir compensação por não poderem aproveitar tudo que seus carros podem dar e não poderem correr a velocidades acima do limite permitido.

https://www.poder360.com.br/opiniao/economia/agricultor-que-zela-pela-natureza-deve-ser-remunerado-diz-xico-graziano/

 

O ESTADO DAS LEIS QUE REGEM O AGRONEGÓCIO

O Estadão trouxe uma análise interessante sobre a selva jurídica que rege a propriedade rural e a produção agrícola. Os advogados entrevistados deixam claro que esta cria uma tremenda insegurança jurídica que traz um aumento dos custos de transação necessários para dar conta dos riscos constantes aos negócios. Eles pleiteiam uma simplificação de tributos e do regramento da posse da terra.

No entanto, os entrevistados não colocam na conta o tamanho do calote sobre o Imposto Territorial Rural, o Funrural e sobre outras obrigações existentes. Também não comentam o mais recente ataque ao Tesouro Nacional, quando conseguiram esticar ainda mais os benefícios fiscais que trocaram pelo apoio à permanência de Temer na presidência. Aliás, na semana passada, a esticada ficou ainda maior com a relatoria de uma deputada ruralista.

Mais um pouco de pressão em cima de Temer e a sociedade vai se ver obrigada a remunerar os produtores rurais pelas dívidas que acumularam.

Tão ou mais importante que rever um estatuto complicado, é a noção simples de cidadania que requer que as leis sejam cumpridas por todos.

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,agronegocio-tem-leis-defasadas-dizem-analistas,70002060720

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/relatora-livra-produtores-rurais-de-multas-e-amplia-perdao-de-dividas/

https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/11/06/ruralistas-usam-mp-de-temer-para-se-autoconceder-uma-farra-previdenciaria/

 

GOVERNO PROMETEU TOMAR DECISÃO SOBRE O RENOVABIO ATÉ HOJE

Na semana passada, o ministro chefe da casa civil, Eliseu Padilha, prometeu a representantes da bancada dos biocombustíveis na Câmara que o governo decidiria até hoje se o RenovaBio será apresentado por meio de uma medida provisória (MP) ou de um projeto de lei (PL).

Um dos programas mais anunciados pelo governo, o RenovaBio terá lugar nos holofotes da COP23 como prova de que o país está se esforçando para cumprir as metas de Paris.

O programa já foi à consulta pública e deve reaparecer incorporando sugestões da indústria do etanol. Vai ser um desafio implantá-lo pelas dificuldades de fiscalização e aferição de vários elementos. A ideia principal é estabelecer cotas que os distribuidores de combustíveis têm que cumprir. Entra aí um sistema intrincado que autoriza usinas a emitirem essas cotas levando em conta a quantidade de etanol produzido e a qualidade do processo produtivo. Os distribuidores recebem anualmente uma meta de cotas em função de quanto etanol comercializaram no ano anterior. O plano é aumentar as metas dos distribuidores, aumentando, assim, a quantidade de etanol comercializado. Em tese, espera-se que essas cotas levem o preço da gasolina a ser mais alto que o do etanol, levado em conta o potencial energético de cada combustível.

http://www.valor.com.br/agro/5181587/governo-prometeu-decisao-sobre-o-renovabio-ate-terca-diz-deputado

 

TRUMP E OS REPUBLICANOS BLOQUEIAM O MONITORAMENTO POR SATÉLITE DO GELO POLAR

Há algumas semanas, um dos principais satélites de monitoramento das camadas de gelo polares sofreu uma avaria, deixando a tarefa para outros três, bem mais velhos e mais limitados. Segundo cientistas, um substituto não teria como ser lançado antes de 2023, quando nenhum dos três restantes ainda estaria em operação. A situação é agravada porque o congresso republicano está vetando verbas que mantém os pontos de prova existentes no Ártico. Um dos cientistas envolvidos no monitoramento comparou a atitude do congresso com “jogar fora o histórico médico de um paciente”. As medições da camada de gelo são extremamente importantes para a calibração dos modelos climáticos que, sem elas, ficarão menos precisos.

O pior dos cegos é o que não quer que os outros vejam

https://www.theguardian.com/science/2017/nov/05/donald-trump-accused-blocking-satellite-climate-change-research

 

TRUMP QUASE TIRA A MUDANÇA DO CLIMA DA LISTA DE AMEAÇAS À SAÚDE HUMANA

Os ministros da saúde dos países do G7 realizaram sua reunião de dois dias na qual os EUA bloquearam toda e qualquer menção à mudança do clima, direitos sexuais e reprodutivos e direito à cobertura universal de saúde. A reunião, como outras desse nível, foi preparada meses antes. O comunicado oficial saiu mencionando que a mudança do clima impacta a saúde humana, mas nitidamente sem a força que o tema exige. Do mesmo modo os demais direitos também foram mencionados, potáveis, porém aguados.

http://www.g8.utoronto.ca/healthmins/2017-milan.html

https://www.buzzfeed.com/albertonardelli/us-is-refusing-to-compromise-on-health-and-climate-issues

 

CONGRESSO REPUBLICANO QUER CORTAR INCENTIVOS PARA RENOVÁVEIS E AUMENTÁ-LOS PARA NUCLEAR E PETRÓLEO

Trump mandou sua proposta de revisão da legislação tributária para o Congresso e os republicanos aproveitaram para mudar bastante os impostos sobre a energia. A primeira vítima foi a ajuda à compra de carros elétricos. A segunda foi a isenção dada a geradores eólicos, que caiu pela metade, o que, para analistas, vai afetar muitos dos investimentos já feitos. Por outro lado, os republicanos prorrogaram uma linha de crédito de US$ 6 bilhões para a indústria nuclear. A indústria do petróleo vai perder alguns minúsculos anéis, mas vai ficar com quase todas as isenções existentes. Como prêmio de consolação, parece que os republicanos mantiveram as isenções ao solar fotovoltaico.

https://thinkprogress.org/gop-tax-bill-wind-solar-e6e3fde6ea62/

http://www.reuters.com/article/us-usa-tax-vehicles/house-republicans-propose-to-scrap-7500-electric-vehicle-credit-idUSKBN1D2282

http://www.reuters.com/article/us-usa-tax-renewables/republican-tax-bill-hits-wind-power-solar-largely-unscathed-idUSKBN1D22R9

 

TUFÃO DAMREY ARRASA VIETNÃ E MATA PELO MENOS 61 PESSOAS

As COPs coincidem com a temporada de tufões no Pacífico. Neste final de semana foi a vez do Vietnã ser atingido pelo tufão Damrey que, na contabilidade feita até agora, matou 61 pessoas e destruiu mais de 100 mil casas. O Damrey está sendo considerado o mais forte a atingir o país em 16 anos. No litoral, choveu mais de 30 cm em 24 horas e os danos foram amplificados por uma maré alta que chegou a 2,7 metros. Na região central, a chuva despejou mais de 70 cm de água. É o segundo tufão a passar pelo Vietnã em um mês. Não deu tempo de o Damrey entrar nas estatísticas do relatório da OMM.

http://www.dw.com/en/deadly-typhoon-slams-vietnam-ahead-of-apec-summit/a-41243948

https://www.voanews.com/a/vietnam-typhoon-kills-several-people/4102367.html

 

OS REFUGIADOS CLIMÁTICOS BUSCAM SOLUÇÕES E A NOVA ZELÂNDIA PODE SER UMA DELAS

Dois artigos importantes sobre a questão dos atuais e futuros refugiados climáticos, os que são forçados a migrar por causa da mudança do clima, seja pelo aumento do nível dos oceanos, seja por viverem secas prolongadas. Um artigo da Deustche Welle cita um relatório da Environmental Justice Foundation (EJF) que, entrevistando militares e o pessoal de segurança norte-americano, previu uma possível uma onda de mais de 10 milhões de refugiados nos próximos 20 anos, bem mais do que os que fugiram da guerra civil na Síria nos últimos cinco anos. Um dos entrevistados, o general de brigada Stephen A. Cheney, disse “se a Europa acha que tem um problema com a migração hoje, espere vinte anos e veja o que vai acontecer quando a mudança do clima forçar as pessoas a deixarem a África, principalmente do Sahel”.

A DW fala também de um relatório da Oxfam que aponta para as migrações que já estão acontecendo, como as provocadas por dois tufões que atravessaram o Pacífico Sul, atingindo Vanatu e Fiji, e afetando 55.000 pessoas.

O artigo termina falando de uma iniciativa do G7 que criou um seguro contra eventos climáticos extremos em 2015. O objetivo é criar um mercado de seguros a riscos climáticos que pudesse ser acionado para uma assistência emergencial rápida e, em seguida, para os esquemas de reconstrução.

O relatório da EJF virou um documentário, o Beyond Borders, que em pouco mais de 4 minutos mostra trechos importantes das entrevistas e muito mais. Veja no link Vimeo abaixo.

Pensando nos potenciais refugiados nas ilhas do Pacífico Sul, o governo da Nova Zelândia está estudando a criação de um visto especial, uma categoria para atender os ilhéus que perdem terras, modo de vida e até seus países.

https://ejfoundation.org//resources/downloads/BeyondBorders-2.pdf

https://vimeo.com/237875952

https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-uprooted-climate-change-displacement-021117-en.pdf

http://amp.dw.com/en/is-the-world-prepared-for-climate-refugees/a-41227964

http://nypost.com/2017/10/31/new-zealand-might-create-visa-for-climate-change-refugees/