NOVO SATÉLITE MONITORA DESMATAMENTO (QUASE) EM TEMPO REAL
O Imazon passou a usar os dados do Sentinel-1, da Agência Espacial Europeia (ESA), satélite que enxerga através da cobertura de nuvens que cobrem a região amazônica durante os meses de chuva e que, também, enxerga à noite. Os satélites usados até agora operam na mesma faixa do espectro eletromagnético usada pelo olho humano. O Sentinel 1 tem um sofisticado sistema de radar na faixa de frequência usada pelos sistemas de Wi-Fi. Estas ondas são refletidas por corpos sólidos, como gelo, solo e árvores, mas não por gases e vapores, como as nuvens. E o sistema prescinde da luz do Sol. Com estas novas informações, o Imazon é agora capaz de monitorar o desmatamento durante todo o ano. O novo sistema de monitoramento não deve resultar num aumento da medição de área desmatada, afinal a área desmatada permanece desmatada. Mas dará sinais de alarme sobre os locais onde está ocorrendo o desmatamento quase que em tempo real. O ‘quase’ fica por conta do tempo que o Sentinel-1 leva para dar uma volta completa em torno da Terra: 12 dias. Mesmo assim, isso é muito melhor do que esperar por dias sem nuvens sobre a floresta.
GRILEIRO TOMA POSSE NO INCRA ENQUANTO OS DESMATADORES ANDAM DE TORNOZELEIRAS EM RONDÔNIA
É preciso admitir que Temer capricha: um dos mais notórios grileiros do Mato Grosso acaba de ser indicado Diretor de Obtenção de Terras e Implantação de Projetos de Assentamento do Incra. Seria sacanagem com as raposas comparar esta nomeação com a colocação destes belos animaizinhos para vigiar galinheiros, posto que elas só matam as galinhas que comem e não levam o resto do galinheiro para uma matilha.
Mas um lampejo de seriedade veio de Rondônia, onde o novo Secretário de Meio Ambiente, o coronel da PM Vilson de Salles Machado, está fazendo um trabalho sério contra grileiros e desmatadores. “Nas fiscalizações, combatemos verdadeiras quadrilhas, que operam no patamar do crime organizado. Investigando dessa forma, conseguimos chegar aos empresários que financiam o crime ambiental”. Assim, a fiscalização chegou a oito mandantes, dentre os quais o tido como sendo o campeão de desmatamento no estado, Luciano Jordão. Os oito estão sendo processados e só permanecem em liberdade porque ganharam tornozeleiras eletrônicas.
https://www.brasildefato.com.br/2017/01/12/temer-nomeia-grileiro-para-diretoria-do-incra/index.html
CIENTISTAS TEMEM QUE PROJETO DE LEI EUROPEU INCENTIVE DESMATAMENTO NO BRASIL
A Comunidade Europeia decidiu dar uma força para a substituição de carvão e gás natural por madeira para a geração de eletricidade mais limpa. Entretanto, nesta semana, 600 cientistas enviaram uma carta à Comunidade manifestando preocupação com a origem dessa madeira. Até agora, a Europa vem comprando restos de madeira das indústrias de papel e celulose e da indústria de móveis, principalmente dos EUA. Já houve um certo barulho no ano passado porque os norte-americanos começaram a plantar pinho e eucalipto, eventualmente no lugar de comida, para fabricar pellets para vender à Europa. Desta vez os cientistas se mostram preocupados com os planos futuros da Comunidade. Dizem que o volume requerido criará pressão sobre as florestas tropicais que podem vir a ser desmatadas para virar fumaça na Europa.
Isso parece revelar um certo desconhecimento dos vetores do desmatamento, pelo menos no Brasil. O agronegócio vive se queixando que é difícil tirar soja do Mato Grosso para mandar para um porto. Imaginem a complexidade logística de tirar madeira do meio da floresta e levá-la até o Rio Amazonas, na escala prevista pelos europeus. Mais simples seria plantar mais eucalipto e, de preferência, já perto de estradas e portos.
http://www.bbc.com/portuguese/geral-42721425
DESTAQUE PARA AS ESTRADAS DO AGRONEGÓCIO, MAIS UMA VEZ
Editorial do Estadão voltou a lamentar o prejuízo que o Brasil tem com as más condições das estradas que tanto atrapalham o agronegócio do norte de Mato Grosso, sede do império Maggi. De tão repetida esta ladainha, fica parecendo que o escoamento da soja de lá é um dos problemas mais urgentes e importantes a serem enfrentados. Será?
Vamos a alguns fatos:
- Cerca de metade da soja exportada vem do sul do país, onde as estradas não são entrave.
- O transporte de grãos do agronegócio lá do Norte corresponde a menos de 3% de tudo que é transportado no Brasil.
- 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros não vem do agronegócio.
Daí concluímos que, se é para priorizar o transporte de carga, tem coisa mais importante e mais urgente a ser tratada.
http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,agronegocio-fonte-de-dolares,70002154877
PARA ONDE FOI O AEDES?
Até agora, todos os casos do surto recente de febre amarela em humanos foram do tipo silvestre, a que é transmitida pela picada dos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas. Os mosquitos picam um macaco infectado e, ao picar um humano, transmitem a doença. O contato com macacos não transmite a doença e, por enquanto, o contato com humanos infectados também não. A transmissão entre humanos se dá quando o conhecido Aedes Aegypti entra em cena.
Segundo uma pesquisa que acaba de ser publicada, o ambiente das grandes metrópoles brasileiras, com cada vez menos áreas verdes, favorecendo espécies de mosquitos melhor adaptadas ao mundo urbano. Nas matas encontra-se um número bem maior de espécies de mosquitos. Nas ilhas verdes, como os parques urbanos, a diversidade é bem menor e tende a favorecer exatamente os vetores de doenças. O Aedes Aegypti é um dos “sortudos” sobreviventes.
Por outro lado, no final do ano, o boletim de acompanhamento da dengue, zika e chikungunya dizia que o combate ao mosquito estava funcionando e o número de casos durante 2017 havia despencado. Houve uma queda de 92% no número de casos de zika, 84% de dengue e de 32% de chikungunya. E os casos estavam concentrados no Norte e no Centro-Oeste, por enquanto longe dos casos de febre amarela. O orçamento 2018 previu gastar R$ 2 bilhões em ações de combate ao mosquito. Talvez fosse interessante aumentar um tanto este valor em vista o aumento de casos de febre amarela nas metrópoles ainda cheias de Aedes.
http://www.brasil.gov.br/saude/2017/12/brasil-registra-queda-nos-casos-de-dengue-zika-e-chikungunya
GIRO DAS SECAS AO REDOR DO MUNDO
A seguir, uma série de notas curtas sobre o estresse hídrico que está assolando grandes cidades e regiões mundo afora; começando por Cuba, por ser a única nota animadora da série:
Cuba: a pior seca em 100 anos está terminando
Por volta de setembro, na época dos furacões, voltou a chover em Cuba, pondo fim à pior seca dos últimos cem anos. Choveu muito abaixo do normal durante três anos seguidos. O furacão Irma arrasou a ilha, mas pelo menos deixou muita chuva em sua esteira.
http://www.14ymedio.com/nacional/abundantes-lluvias-septiembre-revierten-Cuba_0_2365563430.html
Cidade do Cabo, África do Sul: a água acaba no dia 21 de abril
Ruim mesmo está a situação na Cidade do Cabo. As reservas estão abaixo de 20% e não há previsão de chuvas ou outras fontes de abastecimento. Se não melhorar, em 21 de abril as autoridades vão desligar todo o sistema e os consumidores terão que buscar água em 200 pontos de coleta.
https://super.abril.com.br/sociedade/no-dia-21-de-abril-vai-acabar-toda-a-agua-da-cidade-do-cabo/
Karachi, no Paquistão, só consegue atender metade da demanda
Karachi recebe, indiretamente, água do Rio Indus. Combinando a mudança do clima, o desperdício e a corrupção, a cidade só dispõe de 5.000 m3 por dia, quando precisaria do dobro para atender a demanda. Uma população que cresce 4,5% ao ano só aumenta o problema.
https://earther.com/this-coastal-megacity-is-running-out-of-water-1821950015
Somália: 4 anos de pouca chuva
O país entra na quarta temporada seguida de poucas chuvas, que acrescidas de um conflito interno sem fim, estão fazendo com que simplesmente metade da população da Somália precise de ajuda humanitária este ano.
https://www.voanews.com/a/un-half-of-drought-hit-somalia-needs-aid-in-2018/4211838.html
Austrália: 4 anos de seca
Outra seca de quatro anos afeta Queensland, uma região anteriormente conhecida por seus verdejantes jardins.
https://www.thechronicle.com.au/news/long-dry-toowoombas-drought-one-states-longest/3312390/
Quênia: crianças Masai deixam a escola para buscar água para casa
Na região sul do Quênia, a mais afetada por uma seca que já dura dois anos, escolas rurais estão se esvaziando porque seus alunos têm que ajudar os pais a buscar água cada vez mais longe para a família e a criação. Aliás, se vê cada vez mais carcaças e menos gado nos cercados, as bomas.
http://www.sabcnews.com/sabcnews/children-miss-school-drought-parts-kenya/
Irã: oração e comportamento islâmico para afastar a seca
Iranianos estão fazendo sessões de orações para pedir chuva que reúnem centenas de pessoas. Um imã avisou que essa seca é consequência de um comportamento em desacordo com o que prega o Alcorão. São só 400 km entre a região mais atingida pela seca até o coração dos protestos no começo do ano.
https://www.rferl.org/a/iran-drought-praying-for-rain/28980941.html
Turquia: 2017 foi o ano mais seco dos últimos 40 anos
O governo está torcendo para que volte a chover em fevereiro e nos meses seguintes para recuperar um pouco as represas em todo o país.
https://www.dailysabah.com/turkey/2018/01/11/turkey-counts-on-future-rain-amid-drought-concerns
Brasília: um ano de racionamento
O racionamento de água em Brasília completou um ano e não choveu o suficiente para que ele termine tão cedo. Em dezembro, a agência de saneamento soltou duas projeções: na mais pessimista, a Adasa pode implementar um 2o dia de interrupção no abastecimento; mesmo na mais otimista, que ocorreria se as chuvas ultrapassassem 20% da média histórica e o reservatório do Descoberto passasse de 70% de sua capacidade, não haveria indicação de fim do racionamento.
OS RISCOS GLOBAIS NA VISÃO DO FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL: O PLANETA NA BEIRA DO DESASTRE
O Fórum Econômico Mundial soltou a versão 2018 da sua pesquisa sobre a percepção dos riscos que a humanidade e os negócios enfrentam. Num gráfico onde é plotado, para cada risco, seu impacto e probabilidade de ocorrência, dos oito riscos que aparecem no quadrante com máximo impacto e probabilidade, sete são ligados à mudança do clima. Os eventos extremos lideram isolados o topo de impacto e probabilidade. Um pouco mais abaixo vêm os desastres naturais, seguidos pela possível falha em mitigar a mudança do clima e em nos adaptarmos a ela. A seguir veem, nesta ordem, a crise hídrica, a perda de biodiversidade, a migração involuntária em larga escala e os desastres ambientais causados pela humanidade. O oitavo é o risco de ciberataques. As palavras do relatório são quase apocalípticas, ainda mais vindas da usual sobriedade do Fórum: “(2017 foi) um ano caracterizado por furacões de alto impacto, temperaturas extremas e o primeiro aumento na concentração de CO2 em quatro anos. Estamos empurrando nosso planeta para a beira do desastre e os danos estão ficando cada vez mais claros”. O relatório examina esses e os outros riscos à luz de uma mudança que vem ocorrendo na dinâmica geopolítica. Se até pouco tempo atrás, a multilateralidade era cobrada por lentidão e complexidade, o relatório situa o mundo em mudança, onde essa multilateralidade está esgarçada e abrindo espaço ao unilateralismo de Trump, Putin, da China e do Brexit. O espaço de negociações está em transformação, o que, segundo o Fórum, abre oportunidades, embora o quadro gere muito mais preocupação do que anteriormente.
http://reports.weforum.org/global-risks-2018/global-risks-2018-fractures-fears-and-failures/
http://www3.weforum.org/docs/WEF_GRR18_Report.pdf
A DOMINÂNCIA ENERGÉTICA DE TRUMP NO DISCURSO DA AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA
Fatih Birol, o diretor executivo da IEA (sigla em inglês da Agência Internacional de Energia), fez um discurso que deve ter embalado o sono de Trump e seu grupo. Primeiro, ele disse que os EUA vão dominar o mundo dos fósseis, principalmente pelas reservas de óleo e gás de folhelho, via fracking. Ele comparou a futura preponderância norte-americana à da Arábia Saudita nos últimos 50 anos. Sobre o gás natural, Birol disse que logo logo os EUA serão o maior produtor e a China o maior consumidor. E, notando que a China se esforça para reduzir seu consumo de carvão, Birol imagina que o país disputará com os EUA a dominância nuclear.
EMPRESAS QUE INTERNALIZAM O PREÇO DAS EMISSÕES E AS QUE BUSCAM INVESTIMENTOS LIMPOS
Várias grandes corporações mundiais estão, segundo a Economist, incorporando nos seus planejamentos um preço para o carbono ou um preço para as suas emissões. Se antecipando à criação pelos governos de impostos e mercados de carbono, elas se preparam buscando entender suas vulnerabilidades e as oportunidades que uma precificação de emissões pode trazer às suas operações, seus negócios e, também, os impactos da precificação do carbono às suas cadeias de valor. Das mais de 6 mil empresas que reportam suas políticas de emissões para o CDP, organização que monitora o carbono no mundo empresarial, 10% disseram que adotaram um preço interno para o carbono. A Microsoft, por exemplo, aplica um preço interno em todos os departamentos e desconta dos orçamentos anuais. Dessa maneira, os departamentos ganham um incentivo para comprar eletricidade mais limpa ou para seus executivos viajarem menos. Para algumas empresas, as pressões vêm dos acionistas que, cada vez mais, estão exigindo transparência quanto aos riscos que o carbono pode trazer para os negócios.
Ainda falando do mundo corporativo, o CEO da megainvestidora BlackRock disse essa semana que “para continuar prosperando, toda empresa precisa entregar, não apenas resultados financeiros, como mostrar como está fazendo uma contribuição positiva para a sociedade”. Ele incitou as empresas a “compreenderam os impactos sociais do seu negócio assim como as tendências estruturais mais amplas – do crescimento modesto de salários ao aumento da automação e à mudança do clima – afetam seu potencial de crescimento”.
https://www.nytimes.com/2018/01/15/business/dealbook/blackrock-laurence-fink-letter.html
EM 1959 UM PRÊMIO NOBEL DE FÍSICA AVISOU ÀS PETROLEIRAS QUE ELAS ESTAVAM ESQUENTANDO O PLANETA
Para comemorar seus 50 anos de existência, o poderoso Instituto Americano do Petróleo (API) organizou, em 1959, um grande evento com 300 convidados das então 7 irmãs que controlavam o petróleo no mundo. O API fez um convite especial a um prêmio Nobel de física, Edward Teller. Considerado o pai da bomba de hidrogênio, Teller era desprezado pela comunidade científica por ter delatado outro físico famoso em pleno macarthismo. No evento do API, Teller jogou um pouco de água fria sobre o petróleo dizendo, de maneira direta e simples, que queimar petróleo estava provocando o aquecimento global.
Seu discurso: “Senhoras e senhores, (…) eu gostaria de mencionar uma razão pela qual provavelmente precisaremos procurar outros suprimentos de combustíveis. E isso, estranhamente, é a questão da contaminação da atmosfera (…) Sempre que queimamos combustíveis convencionais, produzimos dióxido de carbono (…) O dióxido de carbono é invisível, transparente, não dá para cheirá-lo, não é perigoso para a saúde, assim, por que deveríamos nos preocupar com ele? O dióxido de carbono tem uma propriedade estranha. Ele transmite luz visível, mas absorve radiação infravermelha que é emitida pela Terra. Sua presença na atmosfera cria um efeito de estufa (…) Cálculos mostraram que o aumento de temperatura causada por um aumento de 10% no dióxido de carbono será suficiente para derreter as calotas polares e deixar Nova York submersa. Todas as cidades costeiras seriam cobertas de água e, considerando a porcentagem considerável da humanidade que vive em regiões costeiras, acho que essa contaminação química é mais séria do que a maioria das pessoas tende a achar”.
O discurso foi feito em 1959.
MUDANDO MAIS RÁPIDO DO QUE A ADAPTAÇÃO CONSEGUE ACOMPANHAR
Em maio de 2015, em três semanas, morreu 60% da população mundial de saigas, uma espécie de antílope encontrada na região central do Cazaquistão. Eles eram milhões até a virada do século e, em quinze anos, sobraram só 5% disto. No episódio de maio, estima-se que 200 mil saigas morreram em questão de dias. Agora se sabe o que aconteceu, e é um sinal preocupante do futuro da vida sobre a Terra.
Foram três semanas mais quentes e úmidas que o normal para a região, exatamente na época que os saigas se reúnem aos milhares para cuidar da legião de recém-nascidos. Uma bactéria extremamente comum no trato respiratório das saigas, e normalmente inócua, se tornou ferozmente virulenta. Desde então, pesquisadores tentam entender o que aconteceu. Chegaram à conclusão que o clima anormal criou as condições para que a bactéria se proliferasse e se tornasse venenosa para o animal.
O que a pesquisa mostra é que certos organismos reagem às condições climáticas em velocidades que seus hospedeiros não conseguem acompanhar. Os saigas não tiveram tempo para desenvolver resistências à nova cepa da bactéria e morreram aos milhares.
http://saiga-conservation.org/
QUÃO QUENTE SERÁ NOSSO FUTURO?
Na semana passada, a Reuters teve acesso a uma versão preliminar do relatório do grupo de trabalho do IPCC que desenvolve um relatório sobre a limitação do aquecimento global a 1,5°C. Comentários sobre o relatório saíram em toda a mídia internacional porque apontavam para um cenário bastante pessimista, dizendo que já era inevitável que esse limite seria ultrapassado antes de 2050. A quantidade de dióxido de carbono e metano já emitida e a que será emitida, mesmo nos cenários mais otimistas, é suficiente para fazer a atmosfera esquentar mais do que isso. Só um esforço sem precedentes, de todos os países emissores, que levasse a uma queda brutal nas emissões poderia dar uma pequena chance de restrição do aquecimento a 1,5°C.
Ontem, apareceu um artigo na Nature que, de certo modo, diz que o futuro pode não ser tão quente assim. Pesquisadores se debruçaram sobre uma das variáveis mais críticas dos modelos climáticos, a ECS (sigla em inglês para sensibilidade climática no equilíbrio), que reflete a mudança na temperatura média global da atmosfera próxima à superfície que resultaria de dobrar a concentração de CO2 na atmosfera durante um intervalo largo de tempo. Acontece que não é possível medir a ECS diretamente, e as estimativas indiretas feitas até hoje comportam uma variação muito grande.
Em 2013, o IPCC concluiu que havia 66% de chance da ECS estar entre 1,5°C e 4,5°C. Os cenários mais pessimistas usam valores de ECS mais próximos do limite superior. O trabalho publicado ontem argumenta de modo convincente que a ECS não pode ser tão alta, e que deve estar num intervalo entre 2,2°C e 3,4°C. Essa diferença pode parecer pequena, mas é suficiente para que o limite de 1,5°C de aquecimento global ainda seja perfeitamente alcançável, desde que um movimento perfeitamente razoável na direção de uma economia de baixas emissões seja perseguido por todo mundo.
https://www.nature.com/articles/nature25450
https://www.nature.com/articles/d41586-018-00480-0
Para participar:
DIA MUNDIAL DOS CORAIS – GREENPEACE
Em 28 de janeiro vamos comemorar o Dia Mundial dos Corais da Amazônia. Neste dia, completa-se exatamente um ano da revelação destes corais em suas cores, formas e habitantes. É hora de celebrar esta revelação.
https://www.greenpeace.org.br/diamundialdoscorias
Para visitar:
MUSEU DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Esta é para os comunicadores de mudanças climáticas: acaba de ser inaugurado na Irlanda o primeiro de uma série de 10 centros permanentes de visitação dedicados à mudança climática que devem ser construídos em grandes cidades ao redor do mundo; Dubai e Sidney já estão confirmadas. A ideia é oferecer uma experiência interativa – obviamente, com um viés positivo e de entretenimento – conectando ciência, engenharia e jogos para educar os visitantes. De acordo com Vicky Brown, CEO da Cool Planet Experience, o objetivo é mudar a conversa sobre as mudanças climáticas, não só mostrando quais são os impactos, mas também as soluções e tecnologias realmente legais que já existem. Além das visitas com uma hora e meia de duração, o local oferecerá workshops e treinamentos.
As visitas começam a partir de fevereiro. Se você estiver de passagem pela Irlanda, passe por lá e nos conte como foi.
https://www.lonelyplanet.com/news/2018/01/15/cool-planet-ireland-climate-change/
Para ler:
BIOGEOGRAFIA E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
Richard J. Ladle e Robert J. Whittaker
Uma importante introdução às mudanças na disciplina da biogeografia
– o estudo da distribuição geográfica de animais e plantas. A biogeografia da conservação usa ferramentas conceituais e métodos de biogeografia para resolver os problemas de conservação de espécies e ecossistemas de um mundo real.
Editora Andrei, 502 páginas
Para adquirir ligue para (11) 3223-5111 ou envie e-mail para
Para ler:
ENDANGERED
Tim Flach, Jonathan Baillie e Sam Wells
O fotógrafo Tim Flach documentou animais ameaçados de extinção vivendo em seus habitats naturais. Primatas lidando com a perda de florestas, grandes felinos perdendo para povoamentos humanos, pássaros capturados e enjaulados.
http://www.abramsandchronicle.co.uk/books/photography/9781419726514-endangered
Para ver:
CARVOARIAS: A AMAZÔNIA EM CHAMAS
Seriado com 4 episódios da Record que investigou a produção clandestina de carvão vegetal. A equipe passou dez dias percorrendo mais de 1.000 km no meio da Amazônia. Falaram com as pessoas cuja sobrevivência está ligada ao crime ambiental. Também aparecem os esquemas com policiais para facilitar o transporte do carvão.
https://noticias.r7.com/camera-record/webseries/carvoarias-a-amazonia-em-chamas-a-webserie-16012018
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