ClimaInfo, 9 de março de 2018

8 de março de 2018

SABESP DESISTE DE AUMENTAR O PREÇO DA ÁGUA EM SÃO PAULO

Depois da ideia ter sido muito criticada ao longo da semana, a Sabesp desistiu de aumentar a tarifa. A justificativa original era a redução das receitas da empresa em função da redução do consumo. Para recompô-las, um aumento. Parece que a empresa se tocou da inconsistência entre aumentar as tarifas quando falta água – para reduzir o consumo – e aumentar outra vez quando o consumo cai.

http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,agencia-desiste-de-gatilho-que-aumenta-conta-de-agua-em-sp-se-consumo-cair,70002218225

 

O PERFIL DO BRASIL NO CARBON BRIEF

O Carbon Brief lançou uma série sobre os principais países emissores, começando pelo Brasil. O país é caracterizado por ter um “conjunto particular de circunstâncias no que toca o enfrentamento da mudança do clima”. O particular é devido ao perfil único das nossas emissões, fortemente dominado pelas emissões do desmatamento e da agropecuária. Também devido à crise econômica – e política – que enfraquece a implantação de políticas de mitigação, seja pelo combate ao desmatamento, seja por incentivar a exploração de petróleo e gás do pré-sal. O Carbon Brief também lembra a ambição expressa na NDC, impactante enquanto compromisso, mas difícil de cumprir diante das crises atravessadas pelo país.

https://www.carbonbrief.org/the-carbon-brief-profile-brazil

 

EMISSÕES DO REINO UNIDO – DE VOLTA A 1890

O esforço britânico para tirar o carvão do seu sistema fez com que as emissões no ano passado voltassem aos níveis de 1890, quando a população era metade da atual. Se em 1995, a queima de carvão respondia por 22% da energia primária, hoje ela representa pouco mais de 5%. E parte significativa dessa queda foi conseguida nos últimos 5 anos quando, aproveitando a redução da atividade econômica na pós-crise de 2008-09, houve um significativo investimento em gás natural na substituição das térmicas a carvão. Com a queda relativa das emissões do carvão, as emissões de óleo e gás, especialmente dos derivados usados nos meios de transporte, passam a ser cada vez mais relevantes.

https://www.carbonbrief.org/analysis-uk-carbon-emissions-in-2017-fell-to-levels-last-seen-in-1890

https://e360.yale.edu/digest/britains-co2-emissions-have-fallen-to-levels-last-seen-in-1890

 

A AÇÃO JUDICIAL MOVIDA POR JOVENS CONTRA O GOVERNO GANHA MAIS UMA BATALHA

No ano passado, um grupo de jovens moveu uma ação contra o governo Obama por este comprometer seu futuro ao não se esforçar mais para mitigar as emissões norte-americanas de gases de efeito estufa e, assim, combater a mudança do clima. Assim que assumiu, Trump prometeu encerrar a ação, bloqueando seu andamento nas cortes. Nesta 4a feira, a Corte de Apelações de São Francisco deu ganho de causa aos jovens frente a uma ação do governo Trump que tentava desqualificar a base legal da ação. Salvo interferência da Suprema Corte, o próximo passo será a instalação do tribunal e começar a chamar testemunhas, em especial os responsáveis pela área climática de governos anteriores e do atual.

https://www.bloomberg.com/news/articles/2018-03-07/youths-defeat-trump-s-move-to-kill-climate-change-lawsuit

https://thinkprogress.org/federal-court-denies-trump-writ-mandamus-climate-lawsuit-4c489af5dad2/

 

IMPACTOS DA MUDANÇA DO CLIMA NAS CADEIAS ALIMENTARES

A produção de alimentos contribui significativamente para a mudança do clima, ao mesmo tempo em que e é tremendamente impactada por esta. Assim, pode ser uma arma importante para a redução das emissões globais, mas a atividade deve se preparar e se adaptar para as mudanças que já estão acontecendo. Um trabalho do Meridian Institute percorre o tema procurando focar nas cadeias de produção de alimentos, buscando ir além das emissões e dos impactos do uso da terra de modo a incluir as emissões e impactos sobre o processamento industrial de alimentos e o destino dado a resíduos. O trabalho partiu de uma revisão da literatura científica e da análise de políticas, programas, regulações e ações tomadas por governos, instituições multilaterais e outros stakeholders para, então, explorar os desafios, oportunidades, prioridades, riscos e consequências da incorporação da mudança do clima na perspectiva das cadeias alimentares.

Os autores também publicaram um artigo pela Cambridge University Press.

http://www.merid.org/climatechangefoodsystems.aspx

http://www.merid.org/~/media/CCFS/CC-FS%20Final%20Report%20November%202017

https://www.cambridge.org/core/services/aop-cambridge-core/content/view/1A441CC574E74E8F29FEBD284CE92945/S1742170518000029a.pdf/climate_change_mitigation_beyond_agriculture_a_review_of_food_system_opportunities_and_implications.pdf

 

Para ver
ADAPTATION BANGLADESH

Este documentário foi feito em um dos países mais vulneráveis à mudança do clima. De um lado, um país onde ⅔ do território está abaixo da cota de 50 m do nível atual do mar; e, de outro, do derretimento acelerado das geleiras no Himalaia que tem inundado áreas até então mais secas. O documentário mostra como fazendeiros estão se adaptando, construindo jardins flutuantes de jacintos e bambu como cercas vivas para conter as inundações. O filme ganhou o prêmio de melhor curta-metragem do New York WILD Film Festival deste ano.
https://nywildfilmfestival.com/film/adaptation-bangladesh-sea-level-rise/


Para marcar na agenda

HORA DO PLANETA

Uma iniciativa global do WWF pela consciência ambiental. A principal ação proposta é desligar as luzes por uma hora, no próximo dia 24. Divulgue e faça suas ações, chamando a atenção para a importância de se cuidar dos recursos naturais e, assim, enfrentar as mudanças climáticas.
Dia 24 de março.
Toda orientação de como participar e deixar registrado no mapa do Brasil que ações serão feitas está no link abaixo:
https://www.wwf.org.br/participe/horadoplaneta/


Para ver

VISUALIZANDO UM MUNDO MAIS QUENTE

O WRI produziu dez mapas mostrando a vulnerabilidade de regiões à mudança do clima.
https://medium.com/@WorldResources/visualizing-a-warmer-world-10-maps-of-climate-vulnerability-b6c5e7ad6611


Para ler

EXTREME CITIES

Com o subtítulo “O perigo e a promessa da vida urbana em tempos de mudanças climáticas”, Ashley Dawson mostra que as emissões de gases de efeito estufa são geradas nas cidades, direta ou indiretamente. E as cidades já estão sendo o palco dos grandes impactos do clima. Na sua opinião, a resiliência e as soluções virão de esforços das comunidades locais e não dos governos centrais.
E-book: R$ 52,96; capa dura quase R$100, sob encomenda.
https://thetyee.ca/Culture/2018/02/16/Extreme-Cities-Climate-Change-Class-Warfare/

https://www.amazon.com/Extreme-Cities-Promise-Climate-Change/dp/1784780367

 

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