ClimaInfo, 27 de julho 2018

ClimaInfo mudanças climáticas

A VW MOSTRA A LINHA DE MONTAGEM DE CAMINHÕES ELÉTRICOS LEVES NO BRASIL

André Trigueiro, em matéria do Jornal Nacional de 3a feira, descobriu-se como o primeiro não-engenheiro a dirigir o protótipo do primeiro caminhão elétrico leve que a VW fabricará no Brasil a partir de 2020. O caminhão, lançado no ano passado na Alemanha, terá autonomia de 200 km quando carregado. As baterias serão importadas, mas boa parte do resto do conjunto, inclusive os motores elétricos, serão nacionais. Trigueiro falou com especialistas em mobilidade urbana e saúde que aprovaram a novidade.

A matéria é a segunda de uma série levada pelo Jornal Nacional. Na primeira, Trigueiro falou da expansão do mercado internacional de veículos elétricos a partir do Acordo de Paris.

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/07/brasil-tera-linha-de-montagem-de-caminhoes-leves-eletricos.html

https://globoplay.globo.com/v/6895414/

 

IBGE DIVULGA NOVA PROJEÇÃO DEMOGRÁFICA PARA O BRASIL

O IBGE publicou ontem sua revisão das projeções demográficas. Vários números chamam a atenção. Um mexe diretamente com os vários estudos de descarbonização para 2050: a população brasileira deve crescer até passar de 233 milhões em 2048. Na projeção anterior, chegaríamos a 228 milhões em 2042. Isso quer dizer 2% mais gente num horizonte 25% maior antes da população começar a cair. Outro indicador relevante é que, em 2060, crianças, adolescentes e idosos, em geral fora do mercado de trabalho, serão mais de 40% da população, enquanto, hoje, eles somam pouco mais de 30%. É esse país, com uma fração menor de gente em idade economicamente ativa, que terá que se haver com os efeitos da mudança do clima. Se nada for feito até lá.

https://www.valor.com.br/brasil/5688415/bonus-demografico-termina-com-menor-alta-da-populacao-ativa

 

COLOCANDO NÚMEROS NOS ATRIBUTOS DAS FONTES DE ELETRICIDADE

O Instituto Escolhas convocou a consultoria PSR para dar números a um conjunto de atributos da geração elétrica. Com um parque crescente de fotovoltaicas e eólicas, quanto vale a energia quando não venta e não tem sol? Quanto isso vale em cada instante? Quanto vale no agregado do ano? Para a operação do sistema existem tecnicalidades importantes, mas que não eram valoradas de modo sistemático. O setor elétrico vive num emaranhado de subsídios e isenções fiscais dependendo da geografia, do porte, do tipo de fonte. A PSR apresentou, nesta 3a feira, a metodologia por trás de cada conta e os resultados para 2026, o ano final do último Plano Decenal de Energia. Das várias discussões que se seguiram, fica o registro do esforço do Instituto Escolhas para abrir mais uma caixa preta do sistema elétrico, o que é fundamental para a discussão de horizontes de descarbonização do setor, seus custos, seus benefícios e outros impactos.

https://www.canalenergia.com.br/noticias/53069345/psr-cria-metodologia-para-medir-atributos-de-cada-fonte-de-geracao

 

MICRO E MINIGERAÇÃO ULTRAPASSA MARCA DOS 400 MW

De acordo com dados publicados pela Aneel nesta semana, já são mais de 46 mil consumidores a receberem energia de painéis fotovoltaicos, mini-eólicas e microcentrais hidrelétricas. A capacidade somada é de 401 MW, quase 150 MW instalados só neste ano. A projeção para o final do ano indica que esta capacidade ultrapassará 500 MW. Só de fotovoltaicas, já são 315 MW em quase 40 mil consumidores.

https://brasilenergia.editorabrasilenergia.com.br/microgeracao-ultrapassa-400-mw-no-brasil/

 

A PAUTA DE EXPORTAÇÕES DE EMISSÕES: SOJA, PETRÓLEO, MINÉRIO DE FERRO

Para quem gosta de números, a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) disse que a alta do preço internacional do petróleo transformará o produto no segundo maior da pauta de exportações. A previsão é que a soja gere US$ 28 bilhões, o petróleo, US$ 21 bilhões e o minério de ferro, outros US$ 19 bilhões. O comunicado da AEB diz que “Em 2018, a concentração nos três principais produtos de exportação crescerá ainda mais, com soja, petróleo e minério de ferro atingindo o recorde de 30,5%, consolidando a elevada dependência das commodities nas exportações e no superávit comercial”.

Consolidando também a tendência de aumento da intensidade de carbono da pauta de exportações.

https://exame.abril.com.br/economia/aeb-petroleo-passara-minerio-como-2o-produto-na-exportacao-em-2018/

 

CALHAMBEQUES POLUEM E CONGESTIONAM CIDADES NA ÁFRICA E NO SUL DA ÁSIA

Os calhambeques que enchem as ruas da África e do sul da Ásia podem comprometer as metas climáticas nos países por onde rodam, com tecnologia para lá de antiga e ineficiência agravada pela manutenção precária. A organização indiana Centro de Ciência e Meio Ambiente (CSE, em inglês), acusa os EUA, o Japão e países europeus de exportarem calhambeques para países como Nigéria e Bangladesh. A frota de automóveis da Nigéria chega a 3,5 milhões, 90% dos quais pertencem à categoria que poderia ser chamada de ‘calhambeque de segunda mão’. Na verdade, os países ricos têm legislação e infraestrutura para reciclar e reutilizar boa parte dos materiais dos carros usados. Neste caso, jogar lixo no quintal do vizinho acaba ajudando a esquentar a casa do vizinho e a do infrator.

http://news.trust.org/item/20180724163251-vq56u

 

VEM AÍ A ECONOMIA DO HIDROGÊNIO, SEM CARBONO

Parece que a idade dos fósseis dará lugar à idade do hidrogênio. O Japão prevê que, até 2030, haverá 800 mil carros a hidrogênio. Nos próximos dois anos, a China investirá US$ 360 bilhões em tecnologias relacionadas. Delhi pretende renovar a frota de ônibus trocando os motores diesel por uma mistura de gás natural e hidrogênio para, em seguida, incluir os tuk-tuks. O Hydrogen Council, uma associação de 39 companhias globais, enxerga um mercado de US$  2,5 trilhões e milhões de empregos.

Embora seja comum associar a produção de hidrogênio à eletrólise ou ao gás natural, a via industrial não é a única fonte do gás. Uma vila do Mali, tem sua eletricidade gerada a partir da extração de hidrogênio de uma “mina” próxima. Aqui no Brasil, pesquisadores identificaram potenciais “jazidas” de hidrogênio no Ceará, em Minas Gerais, Tocantins e Roraima.

https://projetocolabora.com.br/meio-ambiente/hidrogenio-entra-na-corrida-pela-energia-limpa/

 

EMPRESA LÍDER EM COMPARTILHAMENTO DE ESPAÇO SE DECLARA VEGETARIANA

A WeWork é uma das maiores do mundo no compartilhamento de espaços de trabalho. Toda sua imagem jovem foi construída em torno da sustentabilidade. Aprofundando seus valores, o presidente da empresa, Miguel McKelvey, anunciou nesta semana que a empresa agora será vegetariana. Não serão mais servidas carnes vermelha, carnes suína e de frango nas funcionalidades da empresa. A empresa avisou seus mais de 6.000 empregados que não mais reembolsará hambúrgueres (de carne). McKelvey disse que a motivação principal é o entendimento de que parar de comer carne é uma das principais atitudes que uma pessoa pode tomar para reduzir seu impacto ambiental pessoal.

https://www.nytimes.com/2018/07/20/business/wework-vegetarian.html

 

USINA NUCLEAR FINLANDESA GERA MENOS POR CONTA DA ALTA TEMPERATURA DA ÁGUA DE REFRIGERAÇÃO

Usinas térmicas bebem muita água no seu circuito de refrigeração e, de preferência, geladinha, para aumentar a eficiência da troca de calor. As nucleares são ainda mais exigentes, dados os riscos envolvidos, e cada projeto especifica a temperatura máxima que a água coletada pode ter. Nesta semana, na Finlândia, uma das duas plantas nucleares teve que reduzir sua geração porque a água do mar usada no circuito de refrigeração estava quente demais. A legislação que proíbe à planta retornar ao meio ambiente água acima de 34oC forçou a uma redução ainda maior da geração.

https://uk.reuters.com/article/us-finland-nuclear-fortum-oyj/warm-sea-water-in-finland-reduces-power-from-loviisa-nuclear-plant-idUKKBN1KF2CO

 

Para ler

NATURE INSIGHT – TROPICS

A Nature desta semana traz dois artigos e um editorial sobre os trópicos. O editorial aborda a urgência da tomada de ações para evitar o colapso da biodiversidade tropical, a mais diversa do planeta. As ameaças analisadas incluem a mudança do clima, a perda de habitats e a poluição, todos fatores que podem ser exacerbados pelo crescimento populacional e a globalização da economia. Os trabalhos tratam do futuro do estoque de carbono nas florestas tropicais.

Os links abaixo são, na sequência, o editorial e os artigos sobre o futuro da biodiversidade (co-autorado por gente da Embrapa) e o que trata do estoque de carbono. A foto da capa é do recém falecido e querido Rodrigo Baleia.

https://www.nature.com/articles/d41586-018-05770-1

https://www.nature.com/articles/s41586-018-0301-1

https://www.nature.com/articles/s41586-018-0300-2

 

Para ver

#ENTRENOCLIMA 2 – O QUE ESTÁ SENDO FEITO EM NÍVEL MUNDIAL PARA EVITAR O AQUECIMENTO GLOBAL?

O Imaflora está lançando a série #EntreNoClima apresentando informações sobre mudanças climáticas e emissões de gases de efeito estufa (GEE). Os lançamentos acontecem às quartas-feiras, em cinco canais: YouTube, Facebook, Instagram e LinkedIn, além do website.

A intenção é despertar a atenção da sociedade para assuntos ligados à sustentabilidade e às mudanças climáticas. Um dos principais desafios é trazer a discussão de forma palatável às várias audiências.

Mariama Vendramini, consultora de gestão, conta o que está sendo feito em nível mundial para evitar o aquecimento global.

https://www.youtube.com/watch?v=YuHRKWeJcQA

https://imaflora.blogspot.com/2018/07/entrenoclima-imaflora-convida-usuarios.html

 

Para ir

A CONTRIBUIÇÃO DE INSTRUMENTOS DE PRECIFICAÇÃO DE CARBONO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA NDC BRASILEIRA, COM ÊNFASE NO PAPEL DAS FLORESTAS

A proposta do Seminário é promover o alinhamento conceitual e compartilhar experiências sobre as contribuições que instrumentos de precificação de carbono podem oferecer ao cumprimento das metas nacionais de redução de emissões de forma custo-efetiva. O foco do debate será a importância das florestas brasileiras para o cumprimento de objetivos de mitigação, e sua possível inserção em iniciativas que precificam o carbono.

Dia 14 de agosto, das 9h às 13h, no Salão Nobre da FGV.

Av. 9 de Julho, 2029, 4º andar, em São Paulo.

Inscrição e mais informações nos sites abaixo:

http://gvces.com.br/a-contribuicao-de-instrumentos-de-precificacao-de-carbono-para-implementacao-da-ndc-brasileira-com-enfase-no-papel-das-florestas/

http://eepurl.com/dASiuT

 

Para ir

ESQUEMA DE REDUÇÃO E COMPENSAÇÃO DE EMISSÕES DA AVIAÇÃO INTERNACIONAL

A aviação internacional anunciou recentemente uma série de medidas para mitigar e compensar suas emissões. O sistema de compensações é chamado de CORSIA (Carbon Offseting and Reduction Scheme for International Aviation) e o primeiro período de vigência será de 2021 a 2035, quando as empresas poderão comprar créditos de carbono para compensar suas emissões. O Brasil não aderiu e só prometeu entrar no jogo a partir de 2027.

O Idesam – com apoio de BVRio, Biofílica, Instituto Centro de Vida (ICV), Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e Imazon – lançará um estudo sobre os desafios e as oportunidades da adesão do Brasil ao CORSIA.

3a feira, 14 de agosto, das 14h às 18h, na Sala 9 de Julho/FGV (térreo).

Av. 9 de Julho, 2029, bairro da Bela Vista, em São Paulo.

Inscrições em:

http://lp.rlkpro.com/l/L00hf7ABF1118/PDl6u

 

Para conhecer

EKOS SOCIAL: UM “TINDER” SOCIOAMBIENTAL

O aplicativo Tinder conecta pessoas em busca de encontros românticos. Já o Ekos Social conecta investidores e desenvolvedores de projetos e iniciativas socioambientais e, com isto, quer fomentar o investimento socioambiental privado. Tanto investidores quanto desenvolvedores de projeto encontram na plataforma uma boa ajuda.

http://ekos.social/

 

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