GERAÇÃO EÓLICA AUMENTOU 18% NESTE ANO
A geração de energia eólica cresceu 18% nos sete primeiros meses de 2018 gerando quase 40 GWh. As hidrelétricas responderam por 75% da energia gerada no período, as térmicas fósseis 13% e as demais fontes limpas – eólica, solar e térmica a biomassa – 12%. Para economizar água, o ONS (Operador Nacional do Sistema) deixou as térmicas mais caras ligadas.
https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/o-que-fazemos/infomercado
NOVAS TERMELÉTRICAS PROPOSTAS PARA O NORDESTE PROVOCAM RACHA NO GOVERNO
A intenção da cúpula do ministério das minas e energia (MME) e da EPE (a agência que cuida do planejamento energético do país) de promover um leilão só para térmicas a gás no Nordeste está enfrentando resistências dentro no MME e de todo setor. O novo diretor da EPE, Reive Barros, é o maior defensor da autossuficiência de cada região. Os contrários dizem que isso vai contra todo o pensamento que desenvolveu o Sistema Elétrico, que busca interligar as regiões e aproveitar as complementaridades sazonais. A situação está bastante incômoda no setor porque não há estudos técnicos que embasem a regionalização.
O GRANDE APETITE DAS PETROLEIRAS INTERNACIONAIS PELO PRÉ-SAL
Os leilões de concessões para a exploração de petróleo e gás nas áreas do pré e do pós-sal estão atraindo as grandes petroleiras internacionais. Uma matéria d’O Globo diz que a grande redução nos custos de exploração no pré-sal viabiliza a exploração, mesmo que o preço do barril de petróleo caia a US$ 35. Este valor é menor que o custo de exploração da maior parte das áreas de fracking nos EUA. Em média, cada poço do pré-sal está produzindo por volta de 30 mil barris por dia, mais do que se está conseguindo no mundo, exceção feita às áreas do Oriente Médio. Outro ponto que tornou o petróleo brasileiro atrativo foram as mudanças na regulamentação. A Exxon já investiu US$ 5 bilhões nos últimos 5 anos, dos quais cerca de 30% foram royalties pagos ao governo brasileiro.
Nem O Globo, nem as matérias no Valor, mencionam o aquecimento global, como também não mencionam a MP do Trilhão e seu caminhão de isenções fiscais que as petroleiras ganham do contribuinte brasileiro.
https://www.valor.com.br/empresas/5855467/exxon-volta-apostar-na-exploracao-de-oleo-no-pais
https://www.valor.com.br/empresas/5855245/mudanca-de-regras-trouxe-exxonmobil-de-volta-ao-brasil
GARIMPOS DO TAPAJÓS ADOTAM ESCAVADEIRAS E AMPLIFICAM DESTRUIÇÃO
Na quarta matéria da série Projeto Amazônia da Folha de São Paulo, Fabiano Maisonnave e Lalo de Almeida foram atrás dos garimpos do Pará. Andaram por afluentes do Tapajós, nos rios Rato, Crepori e das Tropas, topando com cenas de terra arrasada por retroescavadeiras que “cavam buracos profundos ao longo das margens, arrancam a mata ciliar, jogam toneladas de terra na água e chegam a alterar os cursos de água”. Luciano Evaristo, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, disse que, “depois do desmatamento ilegal, o garimpo é o maior vetor de destruição da Amazônia. É destruição ambiental, social e moral. É o crime organizado se apropriando das riquezas brasileiras”. As fotos de Lalo de Almeida são impressionantes.
Em tempo: a terceira matéria da série foi sobre a Zona Franca de Manaus sobre a qual optamos por não comentar.
GERAÇÃO FOTOVOLTAICA ASSOCIADA A BATERIAS COMPETE COM O GÁS EM PARTE DOS EUA
A energia solar com armazenamento começa a ficar mais barata do que a gerada por térmicas a gás no sudoeste dos EUA, principalmente nos estados do Novo México e no Arizona, onde a insolação é respeitável. A matéria da Bloomberg dá o exemplo de uma planta solar de 100 MW acoplada a um banco de baterias de 25 MW com 4 horas de capacidade, que vai entregar o MWh a US$ 36. Uma térmica a gás das mais eficientes na região estaria gerando a US$ 47. O interessante, como aponta a matéria, é que isso é só o começo. Na medida em que mais plantas forem sendo construídas, mais barato vai ficando o conjunto. Talvez a era do gás como combustível de transição venha a ser breve.
DERRETIMENTO DO PERMAFROST ESGOTA O ORÇAMENTO DE CARBONO ANTES DO PREVISTO
Com o permafrost derretendo e liberando metano, surge a pergunta sobre como isto afeta o aquecimento do Planeta. Pesquisadores europeus rodaram os modelos climáticos usados para estimar o orçamento de carbono com dados sobre o derretimento do permafrost. Para os cientistas, os resultados dependem da evolução do derretimento – quanto derrete, em quanto tempo, e quanto metano e CO2 são liberados. Os autores concluem que “o mundo está mais perto de exceder o orçamento para a meta de longo prazo do Acordo de Paris do que se pensava até agora”.
https://www.nature.com/articles/s41561-018-0227-0
https://www.wri.org/ipcc-infographics
GIGANTE ELÉTRICA JAPONESA SE AFASTA DO CARVÃO
A Marubeni deixará de investir na construção de novas termelétricas a carvão e, até 2030, reduzirá pela metade sua participação nas usinas que possui atualmente, informou o jornal japonês Nikkei na 2a feira. A empresa, que tinha planos para a construção de mais 13,6 GW movidos a carvão, além dos 3 GW que possui, também aumentará o investimento em renováveis dos atuais 10% de seu portfólio para 20%. “Esta deve ser uma das maiores notícias de 2018 em termos de transição energética”, comentou Tim Buckley, do Instituto de Economia da Energia e Análise Financeira, no Twitter.
https://www.nikkei.com/article/DGXMZO35435680V10C18A9SHA000
https://qz.com/1392948/japanese-energy-giant-marubeni-just-gave-up-coal-for-renewables
https://twitter.com/TimBuckleyIEEFA/status/1041197960367767552
OS PRIMEIROS TRENS MOVIDOS A HIDROGÊNIO DO MUNDO COMEÇAM A OPERAR NA ALEMANHA
Os primeiros trens do mundo movidos pela eletricidade gerada em células de hidrogênio entraram em operação na Alemanha. Os trens foram construídos pela francesa Alstom e estão operando em uma rota de 100 quilômetros no norte do país, antes operada por trens movidos a diesel. Nos planos da Alstom está a entrega de outros 14 trens de emissão zero para o estado da Baixa Saxônia até 2021.
FURACÃO FLORENCE DEIXA CIDADE ILHADA E CARREGA DEJETOS DE PORCOS E CINZAS DE TERMELÉTRICAS A CARVÃO
O Florence passou um final de semana prolongado despejando muita água nas Carolinas e se movendo lentamente para o interior e para o Norte. Deixou mais de 30 mortes, cidades ainda ilhadas e partes de cidades completamente inundadas. Como o Florence continua provocando chuvas fortes, os rios mais para o interior estão enchendo e devem provocar mais inundações nas cidades por onde o furacão já passou. A isso, soma-se o risco das águas carregarem dejetos da criação de suínos e revolverem aterros onde estão depositadas toneladas de rejeitos de usinas térmicas a carvão. A sujeira toda pode ser arrastada pelas águas e espalhada por toda a região. O maior risco é a entrada das cinzas na cadeia alimentar, o que pode expor a população aos contaminantes.
https://edition.cnn.com/2018/09/18/us/florence-tuesday-wxc/index.html
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