Há mais de dez anos ocorre na Índia uma disputa entre organizações protetoras de direitos indígenas e outras que buscam preservar as florestas nacionais. Debi Goenka, chefe do Conservation Action Trust, diz “o que eles (ativistas de direitos humanos) não percebem é que, à exceção de dois, todos os demais grandes rios indianos dependem de florestas. Fotos de satélite mostram invasões de tribos em áreas protegidas. Pode um país sobreviver sem florestas? Se eles acham que a Índia pode sobreviver sem florestas e água, então que seja”. O caso foi parar na Suprema Corte, onde grupos conservacionistas pediram a revogação de uma lei de 2006 que dá o direito de permanência nas florestas a quem mostrar que aquelas são suas terras ancestrais. O ‘x’ da questão é essa prova. Os povos indígenas indianos são os mais pobres e de menor escolarização e dificilmente entenderiam ou teriam documentos que provassem tal ancestralidade. Na semana passada, a Corte aceitou os argumentos dos conservacionistas e deu aos estados o poder de expulsar das florestas aqueles que não puderam comprovar seu direito de permanência. Os grupos de Direitos Humanos declararam que a decisão da Corte é um “desastre sem precedentes” e “o maior despejo em massa da história feito em nome da conservação”. A história foi contada pelo The Guardian.